Visão Liberal

A CPMF e outros monstros

A presidente Dilma Rousseff parece que está delirando, pois é incapaz de formular qualquer política consistente para que o Brasil saia da crise ou, ao menos, entre no caminho da recuperação. Ela parece governar para os 7% sobrantes que ainda apoiam seu governo, basicamente os cabos eleitorais do PT, o que a torna uma governante teratológica. A população como um todo a repudia e não é para menos. Seu governo é atabalhoado, corrupto, inconsistente e, ainda por cima, tem veleidades revolucionárias, contrárias aos sentimentos da maioria dos brasileiros. Está a ponto de ser ejetada do poder.

A notícia de hoje é que sua equipe de ministros prepara a ressurreição da famigerada CPMF, na tentativa de enfrentar o déficit fiscal que parece superar 7% do PIB. Essa estimativa garante que o Brasil poderá perder o grau de investimento em breve, o que levaria a uma imediata fuga de capitais e à impossibilidade de financiar a necessidade de investimentos e o balanço de pagamentos. A taxa de câmbio, em razão disso, explodiria a níveis desconhecidos, agravando a crise econômica a patamares capazes de inviabilizar a sobrevivência de muitos brasileiros, para não dizer que da sua maioria.

É bom lembrar que nem Lula, no auge de sua popularidade e dispondo do mensalão e, depois, do petrolão, conseguiu dobrar o Congresso Nacional, que negou inapelavelmente a pretensão do PT de renovar a contribuição criada pelo defunto Adib Jatene. Não será a Dilma Rousseff, no auge de sua impopularidade e depois da detonação, pela via judicial, de seus mecanismos escusos de financiamento de sua base alugada, que poderá conseguir tal feito.

Dilma Rousseff optou por transferir a conta do ajuste da crise orçamentária do Estado para os 93% que repudiam seu governo, precisamente aqueles que trabalham, estudam e fazem a coisa acontecer no nosso país, àqueles que não são sócios das maracutaias típicas do PT e que não mamaram no mensalão e no petrolão. Governa para os 7% corruptos, apaniguados e assalariados do PT, os interesseiros que vivem à custa do Tesouro e não sabem mais viver de outra forma. Nesse rol inclusos os que têm aposentadorias indecentes do setor público, os credores da dívida pública, os salários supervalorizados do setor público e os contratantes de fornecimento ao governo, assíduos pagadores de propinas para os poderosos.

Evidentemente que esse disparate não pode prosperar. É como se o cadáver de Adib Jatene viesse agora, descarnado de suas supostas boas intenções de consertar a Saúde, assombrar os pagadores de impostos. O cinismo da propositura não tem limites. Essa monstruosidade tributária que é a CPMF, além de ser altamente regressiva, é impeditiva de propiciar as condições competitivas para o comércio exterior. Se Plutão viesse dos infernos não seria um ministro da Fazenda tão “bom” como está sendo Joaquim Levy.

A propósito, em disse no meu hangout de domingo passado, no qual foram discutidas as ideias liberais, que o ministro Joaquim Levy não apenas traiu os ideais próprios da causa ensinados pela Escola de Chicago, mas que também revelou uma indelével falha de caráter. Fazer o malfeito plenamente consciente de que é malfeito torna o crime doloso. Joaquim Levy é como um criminoso doloso, que opera maldades contra o povo brasileiro de forma ímpia. Não merece respeito algum, menos ainda do que alguém do PT mereceria, pois deste partido afinal as más intenções são sobejamente conhecidas e esperadas. São programáticas. São pornográficas.

Ao abraçar a agenda tributarista do PT, o ministro Joaquim Levy confessou que é apenas um lacaio carreirista, um alpinista político que aproveitou a circunstância para “chegar lá”. Sabemos que tem o patrocínio do seu patrão banqueiro e que essa gente gosta de elevar impostos para garantir seus rendimentos, credores que são da dívida pública. No entanto, há limites para tudo, até para se vender a alma ao PT e aos seus sócios banqueiros. Joaquim Levy é uma monstruosidade econômica, que perdeu a hora de pedir demissão. Um monstro moral, praticando o mal com plena convicção.

E não vale argumentar que é preciso combater o déficit fiscal. Isso é acaciano. Toda gente sabe disso. O certo é dizer: é preciso combater o déficit fiscal do lado da despesa, cortando gastos. Um liberal faria isso sem piedade e sem contemplação, convictamente de estar praticando o bem, mas Joaquim Levy está prisioneiro do dilema entre a ética da consciência e a ética da lealdade aos poderosos. É uma aberração moral, um covarde no sentido exato do termo.

Os brasileiros estão sendo devorados por monstros do naipe de Dilma Rousseff, Joaquim Levy, mensaleiros e “petroleiros” em boa hora castigados pelo juiz Sergio Moro. E por banqueiros que aderiram à causa petista. Essa gente não tem escrúpulos para elevar impostos. O filho maldito desses monstros, da cruza entre Dilma Rousseff e Joaquim Levy, é o monstrinho da CPMF. Será abortado. Não passará no Congresso Nacional. O governo do PT e de Dilma Rousseff cairá antes desse anunciado apocalipse.

Depois veem dizer que a tal sociedade é que tem que escolher. Uma pinoia. A sociedade já escolheu tirar o PT do poder e chutar Joaquim Levy de volta ao seu patrão. Eles é que estão escolhendo o caminho do desastre, não a tal sociedade.

Vimos que o tarifaço de Joaquim Levy, essa facada nas costas do povo brasileiro, transformou-se em leite de pato, pois mergulhou a economia em tal recessão, uma depressão mesmo, que a arrecadação se contraiu fortemente. O que se perdeu em impostos foi mais do que se ganhou com a elevação de tarifas. O mesmo se dará se conseguirem aprovar a CPMF, pois outro efeito não teria que não de aprofundar a recessão, com a respectiva queda de arrecadação global. E a destruição do setor exportador. O parasita não poder ser maior e mais forte do que o hospedeiro.

Quem viver verá.

www.nivaldocordeiro.net – 27/08/2015

Como citar e referenciar este artigo:
CORDEIRO, Nivaldo. A CPMF e outros monstros. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2015. Disponível em: https://investidura.com.br/colunas/visao-liberal/a-cpmf-e-outros-monstros/ Acesso em: 29 mar. 2024