Política

A lanterna de Diógenes, enfim, achou um homem honesto

A lanterna de Diógenes, enfim, achou um homem honesto

 

 

Mário Guerreiro*

 

 

É verdade que Lulinha-Paz-e-Amor não foi o criador do inchado Estado brasileiro, mas é verdade também que ele nada fez para deter o inchamento desse tumor maligno. Ao contrário, tem feito tudo o que pode e o que não pode para aumentar esse inchamento.

 

Principalmente, no que diz respeito ao pessoal, onde um empreguismo galopa fogosamente pelos verdes prados de Pindorama.

 

Trata-se de aparelhar o Estado com um contingente de companheiros prontos para fazer tudo o que seu mestre mandar. Não tenho a menor dúvida que está formado um exército de plantão, pronto para sabotar o próximo governo da oposição, como – Estou convencido disto! – uma quinta coluna sabotou o governo de FHC no caso do “apagão”.

 

Com isto, não quero dizer que Lulinha-Paz-e-Amor não conseguirá eleger A Favorita, companheira Estella, mas sim que ele está desde já preparado para sabotar um governo qualquer que não seja do PT ou de seus aliados meramente fisiológicos.

 

 Mas, para aqueles que só acreditam em econometria e estatísticas, vamos diretamente aos números comprovadores da espantosa obesidade do Estado promovida pelo regime alimentar dos companheiros “nu Puder”.

 

“A despesa primária do governo central aumentou em 3,7 pontos percentuais do PIB entre 2003 e 2009. Ela era de 16,2% do PIB em 1995, no primeiro ano pós-Plano Real, passou para 18,7% do PIB em 2003 – primeiro ano do primeiro governo do presidente Lula – e deverá chegar a 22,4% do PIB em 2009. Um crescimento espantoso, especialmente se levarmos em conta o crescimento mais acelerado do PIB entre 2004 e 2008, relativamente à tendência dos anos anteriores.

 

A decomposição desse aumento de gastos torna o quadro ainda pior. Em 2003, as despesas com pessoal da União correspondiam a 4,5% do PIB. Essas despesas chegarão a 4,9% do PIB em 2009. As transferências aos estados e municípios aumentarão em 1% do PIB, o mesmo ocorrendo com as despesas do INSS. Mais acentuado ainda será o aumento das demais despesas correntes, que passarão de 4,4% para 5,7% do PIB.

 

Portanto, desde o primeiro governo FHC, passando pelo primeiro governo Lula e chegando ao atual, as despesas correntes só fizeram crescer. Os investimentos, contudo, como percentual do PIB, continuam no mesmo patamar que estavam no governo FHC.”

[Roberto Fendt em Comentário do Dia, em www.institutoliberal.org.br, 10/2/2009]

 

Recentemente, no entanto, surgiu uma nota de louvor contra esse empreguismo desvairado que assola o país inchando estatais de “companheiros” incompetentes. A lanterna de Diógenes, que procurava um homem honesto em Atenas, enfim achou um no Brasil:

 

“O brigadeiro Cleonilson Nicácio, presidente da Infraero, vai ter o mérito de sair do cargo com um trabalho que foi considerado uma “despolitização” da estatal. Mandou para a rua, semana passada – conforme adiantou a coluna – algo em torno de 250 funcionários contratados sem concurso. Tinha nas mãos um levantamento feito pelo setor de inteligência sobre os apadrinhados políticos que nada faziam a não ser abocanhar altos salários.

 

O próprio Nicácio vistoriou todos os 67 terminais administrados pela estatal e conheceu alguns desses empregados. Mandou para casa afilhados políticos de deputados e senadores do PT, PMDB e outros partidos da base. A chiadeira vai ser grande esta semana nos bastidores. E, espera-se, até na tribuna.” [Publicado em www.redeliberal. yahoogrupos.com.br em 2/5/2009].

 

É de homens assim – com caráter e preservação da ética pública – que o Brasil, mais do que nunca, está precisando!

 

 

apêncice I: a “corte” republicana é muito mais cara do que a corte monárquica  britânica.

 

No Reino Unido, por exemplo, as despesas com o soberano, limitam-se a pagar um salário para a rainha, incluídas as despesas com os funcionários e a manutenção do palácio de Buckingham, que é propriedade do Estado. Os de Windsor e de Balmoral é que são propriedade particular da rainha.

 

Os membros da Casa dos Comuns e da Casa dos Lordes, por sua vez, não têm automóvel e motorista, passagens aéreas, verba para gabinete, verba indenizatória e outras benesses pagas com o dinheiro do contribuinte.

 

De onde se conclui que, do ponto de vista econômico, é muito mais lucrativo ser presidente de uma republiqueta-banana como Pindorama ou mesmo representante do povo, do que ser rei ou parlamentar britânico. O my old English shepherd’s dog!

 

 

apêndice II: neohitlerista vem ao brasil como convidado do governo lulla 

 

O governo brasileiro, só para não dizerem que bate as asas só para a extrema esquerda de El comandante e Hugorila Chávez, Kim Kim Kim et caterva convidou o tirano da Pérsia (ou Irã), o ayatolah Ahmadibinejad, para uma visitinha ao Brasil. Outra face da mesma moeda…

 

Não importa o regime de terror comandado por ele, a negação da existência do holocausto, nem muito menos o desejo explícito de varrer o Estado de Israel do mapa com outro holocausto. Desejo é coisa que dá e passa…

 

Tudo o que importa é fazer bons negócios, ou seja: conquistar mais um voto terceiromundista para o Conselho de Segurança da ONU e mais um membro do Clube dos 20 rancorosos com a globalização.

 

           Com uma política externa tão pífia e incompetente como esta, o Brasil não precisa de inimigos. Hare baba!

 

 

* Doutor em Filosofia pela UFRJ. Professor Adjunto IV do Depto. de Filosofia da UFRJ. Ex-Pesquisador do CNPq. Ex-Membro do ILTC [Instituto de Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência], da SBEC [Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos]. Membro Fundador da Sociedade Brasileira de Análise Filosófica. Autor de Problemas de Filosofia da Linguagem (EDUFF, Niterói, 1985); O Dizível e O Indizível (Papirus, Campinas, 1989); Ética Mínima Para Homens Práticos (Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1995). O Problema da Ficção na Filosofia Analítica (Editora UEL, Londrina, 1999). Ceticismo ou Senso Comum? (EDIPUCRS, Porto Alegre, 1999). Deus Existe? Uma Investigação Filosófica. (Editora UEL, Londrina, 2000) . Liberdade ou Igualdade? ( EDIPUCRS, Porto Alegre, 2002). Co-autor de Significado, Verdade e Ação (EDUF, Niterói, 1985); Paradigmas Filosóficos da Atualidade (Papirus, Campinas, 1989); O Século XX: O Nascimento da Ciência Contemporânea (Ed. CLE-UNICAMP, 1994); Saber, Verdade e Impasse (Nau, Rio de Janeiro, 1995; A Filosofia Analítica no Brasil (Papirus, 1995); Pré-Socráticos: A Invenção da Filosofia (Papirus, 2000) Já apresentou 71 comunicações em encontros acadêmicos e publicou 46 artigos. Atualmente tem escrito regularmente artigos para www.parlata.com.br,www.rplib.com.br , www.avozdocidadao.com.br e para www.cieep.org.br , do qual é membro do conselho editorial.

 

Compare preços de Dicionários Jurídicos, Manuais de Direito e Livros de Direito.

Como citar e referenciar este artigo:
GUERREIRO, Mário. A lanterna de Diógenes, enfim, achou um homem honesto. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2009. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/politica/a-lanterna-de-diogenes-enfim-achou-um-homem-honesto/ Acesso em: 18 abr. 2024