Editorial do jornal “O Globo” do Rio
de Janeiro, em sua edição de 02 de setembro de 1964.
RESSURGE
A DEMOCRACIA
Vive
a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas,
independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre
problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a
ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas, que obedientes a seus
chefes demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a
disciplina, o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em
arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições. Como dizíamos, no
editorial de anteontem, a legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a
escora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade, não seria
legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da
Nação horrorizada.
Agora,
o Congresso dará o remédio constitucional à situação existente, para que o País
continue sua marcha em direção a seu grande destino, sem que os direitos
individuais sejam afetados, sem que as liberdades públicas desapareçam, sem que
o poder do Estado volte a ser usado em favor da desordem, da indisciplina e de
tudo aquilo que nos estava a levar à anarquia e ao comunismo. Poderemos, desde
hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos
problemas terão soluções, pois os negócios públicos não mais serão geridos com
má-fé, demagogia e insensatez.
Salvos
da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos
bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos
porque as Forças Armadas, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a
defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não
confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas
um daqueles poderes, o Executivo. As Forças Armadas, diz o Art. 176 da Carta
Magna, “são instituições permanentes, organizadas com base na hierarquia e
na disciplina, sob a autoridade do Presidente da República E DENTRO DOS LIMITES
DA LEI.
No momento em que o Sr. João Goulart ignorou a
hierarquia e desprezou a disciplina de um dos ramos das Forças Armadas, a
Marinha de Guerra, saiu dos limites da lei, perdendo, consequentemente, o
direito a ser considerado como um símbolo da legalidade, assim como as
condições indispensáveis à Chefia da Nação e ao Comando das corporações
militares. Sua presença e suas palavras na reunião realizada no Automóvel
Clube, vincularam-no, definitivamente, aos adversários da democracia e da lei.
Atendendo aos anseios nacionais, de paz, tranqüilidade e progresso,
impossibilitados, nos últimos tempos, pela ação subversiva orientada pelo
Palácio do Planalto, as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a
Nação na integridade de seus direitos, livrando-os do amargo fim que lhe estava
reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal.
Este
não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes
da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras
presidenciais. Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais
respeitados Governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças
Armadas. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo. A esses
líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo. Mas, por
isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso não
pertence a ninguém. É da Pátria, do Povo e do Regime. Não foi contra qualquer
reivindicação popular, contra qualquer idéia que, enquadrada dentro dos
princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do País.
Se
os banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes
militares, afirmarem o contrário, estarão mentindo, estarão, como sempre,
procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos.
Confiamos em que o Congresso votará, rapidamente, as medidas reclamadas para
que se inicie no Brasil uma época de justiça e harmonia social. Mais uma vez, o
povo brasileiro foi socorrido pela Providência Divina, que lhe permitiu superar
a grave crise, sem maiores sofrimentos e luto. Sejamos dignos de tão grande
favor.
Texto sugerido por Ricardo
Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de
Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período
de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período
de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e
Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na
área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA
Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e
palestrante, assessorando empresas da região sul.. Site:
http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini* Ricardo Bergamini,
Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro,
com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de
1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989.
Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova
York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira
em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside
em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante,
assessorando empresas da região sul.
(48) 4105-0832
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