Política

A Reforma no resto da Europa

A Reforma no resto da Europa

 

 

Ricardo Bergamini*

 

 

“A história da humanidade é uma longa estrada pavimentada pela dor, sofrimento e sangue”. (Ricardo Bergamini).

 

 

Na França, o luteranismo havia começado a se infiltrar, mas foi logo eliminado por Francisco I. Mais tarde (por volta de 1540), o calvinismo passou da Suíça à França. Apesar de energicamente combatido por Francisco I e, logo depois, por Henrique II, o calvinismo propagou-se, especialmente entre a burguesia. Conseguiu adeptos na nobreza e deste modo chegou a formar um partido político, apesar de os hunguenotes (1) – como eram chamados os calvinistas na França – constituírem a minoria. A rivalidade entre católicos e protestantes foi crescendo . Em 1562 irrompeu a primeira das oito longas e cruentas lutas religiosas, exacerbadas por interesse político.

 

Henrique IV pôs fim à guerra religiosa mediante a assinatura do Edito de Nantes (1598), que concedia aos huguenotes liberdade religiosa (permissão do culto calvinista, exceto em Paris), além de direitos políticos.

 

Nos Países Baixos, o calvinismo conquistou as províncias setentrionais (que formam a Holanda atual).

 

Na Escócia, diversos fatores propiciaram a Reforma: a iniqüidade do clero, a cobiça dos nobres pelas terras da Igreja e a regência de Maria Lorena (mãe de Maria Stuart), católica e francesa, odiada pela nobreza. Em 1557 começou uma revolta, mais tarde chefiada por um discípulo de Calvino, João Knox (1505-1572). Knox liquidou o catolicismo e fundou a Igreja Presbiteriana. O presbiterianismo infiltrou-se na Inglaterra, onde enfrentou o anglicanismo.

 

Na Inglaterra o ambiente era propício às doutrinas protestantes, pois perdurava a lembrança do movimento de Wiclif. Mas a Reforma inglesa foi, principalmente, obra dos monarcas: Henrique VIII, Eduardo VI e Isabel.

 

Henrique VIII, agastado com o Papa por não obter o divórcio (queria separar-se de Catarina de Aragão, a fim de casar com Ana Bolena), organizou uma igreja nacional – anglicana – independente de Roma (1533). O chefe religioso era o rei. Todavia, a nova igreja conservava, quase inteiramente, os dogmas e o ritual do catolicismo.

 

Eduardo VI, filho de Henrique VIII, favoreceu a Reforma. Calvinistas e luteranos espalharam-se rapidamente. A irmã e sucessora de Eduardo, Maria Tudor (1553) tentou restabelecer o catolicismo. Mas não o conseguiu.

 

Finalmente, subiu ao trono Isabel (1558) – filha de Henrique VIII e Ana Bolena – que organizou e impôs definitivamente a nova igreja anglicana, mistura de catolicismo (na liturgia) e de calvinismo (nos dogmas). Isabel perseguiu severamente os católicos e os verdadeiros calvinistas (puritanos).   

 

(1) – O vocabulário francês huguenot (eiguenot, em 15550) deriva do termo alemão Eidgenossen (confederados), contaminado pelo nome próprio Hugues (os patriotas genebrinos que combatiam o duque de Sabóia eram chefiados por Hugues Besançon).

 

 

* Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul..  Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini

 

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Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. A Reforma no resto da Europa. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2008. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/politica/a-reforma-no-resto-da-europa/ Acesso em: 18 abr. 2024