Judiciário

A Eleição na Associação dos Magistrados Brasileiros

 

A meta mais importante da Associação dos Magistrados Brasileiros é congregar todos os magistrados do país.

 

Porém é certo que nem todos os membros do Judiciário são filiados à AMB uns por não verem utilidade nessa filiação e outros por não concordarem com as metas traçadas pela atual gestão da entidade.

 

Quanto aos filiados, há os que concordam com a programação da atual administração e os que não concordam com ela.

 

Não tenho noção do percentual dos que aprovam a atual gestão e dos que a desaprovam.

 

Nesse estado de coisas aproxima-se a eleição para a sucessão da equipe diretora, o que deverá ocorrer no final deste ano de 2007.

 

Manifestações ocorrem, então, pró-candidato da situação e pró-candidato(s) da oposição.

 

Vejo os debates com naturalidade, pois assim deve realmente acontecer. É preciso proceder-se a esse debate visando a elucidação dos eleitores, apresentando seus projetos de administração. Deve haver um sadio confronto de planos de administração, para que a classe tenha condições de escolher qual o melhor projeto. Não deve haver luta entre pessoas, mas sim luta entre os planos de administração. As pessoas devem ficar em segundo plano; as idéias é que devem ser confrontadas. Os candidatos devem observae que as agressões verbais trocadas entre si geram impressões penosas no ânimo dos eleitores. Muita gente deixa até de votar se o clima é de beligerância. Os candidatos devem ser cordiais com os eleitores e vice-versa. No final das contas, o trabalho dos dirigentes eleitos será de sacrifício pela classe toda. Por mais que os didigentes se deixem dominar pela vaidade, seu trabalho ainda assim será respeitável pelas boas realizações que implementarem (que deverão ser inúmeras). Não se pode cobrar dos eleitos acertos em 100% das situações, pois isso é humanamente impossível.

 

Não entro no mérito das razões de cada corrente, pois entendo que a democracia vale mesmo quando os ânimos se alterem na defesa das idéias. Mas confesso que incomodam-me alguns questionamentos feitos contra a atual gestão da entidade. Tratam-se das críticas duras formuladas contra algumas metas. São elas: 1) o combate ao nepotismo no Judiciário, 2) a campanha Mude um Destino e 3) a Reforma Política.

 

1) A abolição do nepotismo na nossa estrutura foi uma brilhante vitória de todo o Judiciário e do país como um todo. Não se pode permitir realmente que alguém ingresse no serviço público por outra via que não sejam o concurso público e a eleição.

 

Realização idêntica, agora, deve ser cobrada com rigor do Executivo e do Legislativo, sob pena de serem tidos como instituições baldas de credibilidade.

 

2) A campanha Mude um Destino pretende a inclusão social de brasileiros abandonados pelos pais biológicos e, asilos para crianças. Trata-se de um projeto importantíssimo de cidadania plena. Não é um desvio da atual administração, mas sim um dos seus mais brilhantes trabalhos. Os juízes não devem ficam enclausurados em salas de audiência julgando processos e mais processos e alheios ao mundo em derredor: devem trabalhar pela evolução social, cultural, política etc. do seu país e, sobretudo, pela implantação da cidadania plena.

 

3) A Reforma Política é importantíssima para todos nós, pois não se pode admitir que apenas o Judiciário corra atrás da sua evolução enquanto que os outros dois segmentos do serviço público (Executivo e Legislativo) vivem ainda em regime de improvisação, salvos do caos pelo idealismo dos políticos que exercem sua alta missão movidos pelo amor ao povo…

 

Entendo que qualquer das correntes que vencer as eleições deve investir firme na defesa dos magistrados que sofrem agruras nas Comarcas do interior, trabalhando com poucos recursos materiais e humanos, mas nunca deve deixar de trabalhar pela concretização da cidadania plena no nosso país.

 

 

* Luiz Guilherme Marques, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG).

Como citar e referenciar este artigo:
MARQUES, Luiz Guilherme. A Eleição na Associação dos Magistrados Brasileiros. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2009. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/judiciario/a-eleicao-na-associacao-dos-magistrados-brasileiros/ Acesso em: 28 mar. 2024