Filosofia do Direito

“A costela de Adão”

“Mandou, pois, o Senhor Deus um profundo sono a Adão, e quando ele estava dormindo, tirou Deus uma das suas costelas e pôs carne em seu lugar. E da
costela que tinha tirado de Adão, formou o Senhor Deus uma Mulher.”

(Gênesis:2,vv.21-22).

Que me perdoe o
Senhor Deus ou os primeiros tradutores das Sagradas Escrituras; tenho comigo a
impressão, talvez sacrílega, que se deu o contrário: foi da costela de Eva que
o Criador tirou Adão. Por vários motivos que neste Artigo procuraremos
demonstrar. Durante décadas temos observado e analisado o comportamento humano
sob os aspectos psicológico e biológico, procurando entender as motivações
internas que levam ao comportamento exteriorizado, quer positivo e/ou negativo.
Na verdade, corpo e mente se fundem e não devem ser estudados e analisados
separadamente, como se fazia e, ainda hoje, alguns fazem. Assim, sob o enfoque
da Psicobiologia, oferecemos à Mulher este resumido Estudo sobre a “Costela de
Adão”. Ou melhor, ofertamos às Mulheres-Mães, neste mês, quando se celebra o
“Dia das Mães” e o consagramos a mais Bela e Perfeita de todas as mães: A Santíssima Virgem Maria.

Homenageamos
primordialmente as mães que tiveram e tenham como modelo a Mãe do Senhor.
Imaginemos o quão perfeita e primorosa foi a educação do Menino Jesus, no seio da Sagrada Família! Podemos
vislumbrar os modelos de pais que foram José e Maria, quando aqui estiveram, criando,
educando e cuidando de Jesus! Pensemos
no exemplo de Mulher, Esposa e Mãe que foi Nossa Senhora para o Esposo e Filho
Divino! Ela que amamentou, fez dar os primeiros passos e educou o nosso
Salvador! Pois é para as mães como ela que, agora, homenageamos. Comparemos a
educação, zelo e formação que a Celeste Mãe deu ao seu Filho, com a formação e
educação que a maioria das mães de hoje estão dando aos seus filhos! Ainda, de acordo com as “Sagradas Escrituras”,
o homem foi feito à imagem de Deus. É difícil acreditar que nos dias atuais, em qualquer
lugar do Planeta, alguma família esteja criando,formando e educando filhos
semelhantes à imagem de Deus ! É certo que, pelo menos em algumas pouquíssimas
famílias, mães estejam seguindo o exemplo da Mãe de Deus, que tão bem modelou
Jesus com o seu exemplo sagrado. Sabemos que existem dessas raríssimas exceções
familiares porque ainda estão entre nós alguns membros das famílias de Madre
Tereza de Calcutá, de Irmã Dulce, do Papa João Paulo ll e de alguns poucos
exemplos da verdadeira educação familiar. É para elas, essas preciosas e escassas mães, que oferto, também, este
Trabalho.

Todavia, a
dedicatória e homenagem que presto, estão dirigidas a todas as mães, com
especial apreço àquelas mães maduras que souberam modelar filhos honestos, patriotas,
cultos, competentes, humanistas e cristãos. Mães trabalhadoras, dedicadas,
femininas, humildes, pobres ou não que, com os seus exemplos e esforços, nos
deram Homens autênticos e úteis à Humanidade. Mães do passado, que ao invés de
matarem no ventre os seus filhos, optaram por salvá-los, mesmo quando avisadas
por parteiros e médicos que somente um deles poderia ser salvo: Ela ou o Filho!
Algumas dessas valorosas Mulheres morreram por eles! Hoje, muitas matam os
filhos e por eles são mortas também, por um punhado de moedas para comprarem
drogas. Louvamos as mães que sofrendo ao lado de maridos insanos, permaneceram
e permanecem firmes na defesa do lar, da família e da própria Nação, que não as
merece! Rendemos tributo às esquecidas Mães dos nossos soldados (pracinhas) que
entregaram os seus amados filhos (às vezes filhos únicos), para lutarem pela
Pátria, em solo estrangeiro, na Segunda Grande Guerra Mundial; de onde muitos
deles jamais voltaram aos braços e abraços maternos! Não podemos deixar de homenagear as centenas
de mães solitárias, esquecidas e humildes dos policiais, bombeiros e outros
profissionais vivos ou que tombaram na guerra diária contra as forças do Mal, protegendo
uma Sociedade, enferma, desestruturada, insana e hipócrita que valoriza,enriquece
e idolatra os nulos e os vazios de cérebro, mente e corações.

Penso que somente
estas mães e suas famílias, são merecedores do sacrifício de seus filhos e não
isto, que chamamos de Sociedade. São os filhos dessas Mães a quem recorremos,
quando estamos pálidos, a tremer de medo diante dos inúmeros marginais e
desequilibrados que nos ameaçam diariamente! Depois de passado o perigo, nem
podemos agradecer-lhes por nossa vida salva, porque não as conhecemos e, o que
é mais grave, nem queremos conhecê-las! Além de hipócritas, somos também
desumanos e mal-agradecidos! Pois bem; são para essas gloriosas mães que presto
sinceras homenagens em nome dos gratos e dos ingratos cidadãos que lhes devem a
segurança. Mães que não encontramos muitos exemplos em nossos conturbados dias,
em que a maioria absoluta está entorpecida pelo modismo, pelo exibicionismo
físico de seus corpos, pelo afastamento de Deus e pela deterioração física e
mental causada por décadas de condicionamento da televisão, através das novelas
degradantes, do cinema, do teatro e por
todo o lixo moral,psicológico e espiritual destilados por alguns dos nossos
meios de comunicação que se infiltram em nossos lares, sem a nossa autorização.

As mulheres viveram, por
séculos, sob o jugo de homens mentalmente desequilibrados. Desequilibrados
porque não é concebível que uma pessoa mentalmente sadia, necessite dominar
outrem. Quem quer que exerça dominação sobre outra pessoa, demonstra sintoma de
carência; carência essa que procura ser compensada através do “poder” agressivo
ou violento. O domínio é sempre exercido com agressividade, violência ou
maneiras sutis de sedução e condicionamento. Podemos dizer que a emancipação
feminina se iniciou no Século XVIII, com os primeiros movimentos de contestação
contra a dominação masculina. Desde aquela época, na Inglaterra, a Mulher vem
se destacando em todas as áreas da atividade social, sobressaindo-se em funções
até então reservadas aos homens. Nas Ciências, nas Artes, na Literatura e nos
esportes, as mulheres têm atuado com competência e seriedade, muitas delas em
trabalhos pesados e forçados, além da prática em lutas agressivas como o Box,
futebol e outras de embates físicos e corporais (nestes, que se cuidem os
homens!). Se atentarmos para a prática feminina na atualidade social, verificamos
que as atividades mais simples, como dirigir veículos, por exemplo; nota-se que
a Mulher no volante tem dado bons exemplos aos homens, pois não há dúvida que a
Mulher-motorista tem provocado menos acidentes que eles.

No País desgovernado,
irresponsável e violento como o nosso, líder na criminalidade no trânsito e
fora dele; é um alívio verificarmos que as mulheres estão, cada vez mais,
assumindo a direção dos veículos, nas nossas cidades. Em meio da violência
bestial de homens-imaturos motorizados (principalmente na era moykana), é
tranqüilizante quando vemos que o carro que está ao nosso lado ou o que está na
nossa traseira é dirigido por uma Mulher;
pois, saberemos que não iremos ouvir buzinadas, “freadas” e/ou “arrancadas”
bruscas,violentas e burras de exibicionistas imaturos e perigosos, recém-saídos
das fraldas. Por certo ela irá respeitar os semáforos, fará a gentileza de
deixar que os pedestres retardatários atravessarem a frente de seu carro, num
gesto de benevolência, educação e respeito ao próximo que somente a
mulher-motorista e alguns homens educados, inteligentes e maduros sabem fazer.
Além disso, quando é uma mulher que está ao volante do carro ao nosso lado,
dificilmente nos forçará a ouvir aquela barulheira infernal, de milhares de
decibéis, que saem das “bocas” dos muitos alto-falantes daqueles motoristas
infanto-juvenis.

Mais tranqüilidade
nos dá no trânsito é quando vemos uma Mulher-Mãe dirigindo. O seu cuidado é
redobrado, mesmo que esteja a levar os filhos à escola, ao hospital, à creche,
à ginástica, ao tratamento de um filho doente! Mesmo assim, ela não se
apressará ao ponto de desrespeitar as
normas do trânsito e de civilidade ao volante. Mesmo estando atrasada ou
preocupada em alguma atividade particular, a mulher-motorista (com algumas
exceções) tem mais paciência e respeito que qualquer homem-imaturo-morista.
Comparar uma mulher dirigindo a um moykano-insano no volante; é uma verdadeira
heresia e um atentado aos bons costumes. Além disso, verifica-se a índole
pacifista e sadia da Mulher nas suas
raras participações em crimes como os de estupro, desvios de verbas, assaltos,
atentados e outros delitos cruéis e violentos, cuja presença feminina se dá
mais como vítimas que autoras. É claro que, se as mulheres-imaturas-moykanas
continuarem a imitar os comportamentos negativos dos homens imaturos e insanos
( o que está acontecendo a “passos-largos”); irão elas vencê-los, também nessa
competição desastrosa para elas e para todos nós!

Acredito que o
comportamento positivo das mulheres no trânsito se explica porque elas não
querem que aconteça com os outros o que pode acontecer com os seus entes
queridos. Ao contrário da maioria dos motoristas-imaturos que pensam unicamente
em si e no próprio umbigo; além de olharem para os umbigos alheios, em pleno
trânsito, causando muitos desastres.

Daí, verificarmos
poucos acidentes graves provocados pela mulher no trânsito; trânsito esse que
provoca cerca de 350 mil acidentes por ano no Brasil, com mais de 50 mil mortos
e outros milhares de paralíticos, órfãos, viúvos, lares desfeitos e enfermos
que causam bilhões de reais em prejuízos aos cofres públicos com o atendimento
a essas vítimas da irresponsabilidade generalizada e reinante. Além da pacificadora,
tranqüilizadora e competente presença da
Mulher nas nossas várias atividades diárias, louvamos e aplaudimos a sua índole
pacífica( talvez genética) e o seu amor maternal, não somente por seu filhos;
mas, também, pelos filhos das outras mulheres. Pode-se notar o semblante
angelical de toda e qualquer Mulher ao se tornar Mãe. Na face de cada uma delas
estão estampados os traços inefáveis do rosto virginal da Virgem Maria. A
Mulher-Mãe deve ser sublimada por todos, não somente no segundo domingo de
maio; mas, em todos os dias, meses e anos de nossa vida e por todos os séculos
e séculos…Amém !

Belo Horizonte, Dia
das Mães, maio de 2011.

Psicólogo-Clínico
pela Universidade Católica de Minas Gerais;

Estudante de Direito
da Universidade Estácio de Sá;

Escritor e
pesquisador nas áreas da Psicobiologia e do Direito.

Como citar e referenciar este artigo:
CARLEIAL, Bernardino Mendonça. “A costela de Adão”. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2011. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/filosofiadodireito/a-costela-de-adao/ Acesso em: 25 abr. 2024