Economia

Produto Interno Bruto dos Municípios – Fonte IBGE – Base: Ano de 2008

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Em 2008, seis capitais concentravam 25% do PIB
do país

São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba,
Belo Horizonte e Manaus tinham os seis maiores PIB entre os municípios e,
juntos, eram responsáveis pela geração de um quarto das riquezas produzidas no
país.

Ao mesmo tempo, o conjunto das 27 capitais gerava
um terço dessas riquezas.

A concentração da atividade econômica era mais
acentuada na maioria dos estados do Norte e Nordeste, onde metade do PIB de
cada estado vinha dos seus cinco maiores municípios.

São Francisco do Conde (BA) tinha o maior PIB per
capita do país (R$288.370,81) e no outro extremo estava Jacareacanga (PA) (R$
1.721,23).

São Paulo continuava liderando em relação ao
valor adicionado (VA) bruto na Indústria e também nos Serviços, enquanto
Sorriso (MT) era o líder na Agropecuária. Por outro lado, 32,9% dos municípios
brasileiros continuavam muito dependentes da administração pública, que era
responsável por mais de um terço de suas economias.

O projeto do Produto Interno Bruto dos
Municípios é desenvolvido desde 2000, em parceria com os Órgãos Estaduais de
Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e a Superintendência da Zona
Franca de Manaus (Suframa). A seguir, as principais informações do PIB dos
Municípios 2008.

Em 2008, os seis municípios com as maiores
participações no PIB do país, todos capitais, representavam aproximadamente
25,0% do PIB brasileiro: São Paulo (SP), 11,8%; Rio de Janeiro (RJ), 5,1%;
Brasília (DF), 3,9%; Curitiba (PR), 1,4%; Belo Horizonte (MG),1,4% e Manaus
(AM), 1,3%. No outro extremo, os 1313 municípios com os menores PIB (onde
residiam 3,4% da população) respondiam por apenas 1% do PIB do país. A
concentração permanecia semelhante à dos anos anteriores.

Os cinco municípios de menor PIB em 2008 foram:
Areia de Baraúna (PB), São Luis do Piauí (PI), São Félix do Tocantins (TO),
Santo Antônio dos Milagres (PI) e São Miguel da Baixa Grande (PI), em ordem
decrescente. A agregação do PIB destes municípios representava,
aproximadamente, 0,001% do total do País.

Na maioria dos estados do Norte e Nordeste, metade
da riqueza é gerada por apenas cinco municípios

Na maioria dos estados do Norte e Nordeste, os
cinco maiores municípios de cada estado concentravam mais da metade do PIB
estadual. As exceções foram Tocantins (44,7%) e Bahia (47,4%). O Sudeste não
apresentou padrão específico, sendo que os cinco maiores municípios do Espírito
Santo e do Rio de Janeiro concentravam mais de 65% do PIB dos seus estados. No
Sul e Centro-Oeste, essa concentração era bem menor, exceto em Mato Grosso do
Sul (55,6%).

Em 2008, os cinco maiores municípios do Amazonas
eram responsáveis por 88,1% do PIB do estado, que tinha a maior concentração
espacial de renda do País, com Amapá (87,6%) e Roraima (85,4%) a seguir. No
outro extremo, Santa Catarina (35,5%), Rio Grande do Sul (36,0%) e Minas Gerais
(36,7%) tinham as menores concentrações.

Em 2008, as 27 capitais concentravam um terço do
PIB

Em 2008, as capitais brasileiras representavam
33,9% do PIB brasileiro. As capitais do Norte foram responsáveis por 2,4% desse
montante; as do Nordeste, 4,5%; as do Sudeste, 19,0%; as do Sul, 2,9%; e as do
Centro-Oeste, por 5,2%. Em 2008 a participação das capitais na composição do
PIB nacional foi a menor desde 2004.

Entre as capitais, São Paulo tinha o maior PIB,
e Palmas (Tocantins) o menor. Florianópolis (SC) era a única capital que não
ocupava a primeira posição dentro do seu estado, ficando atrás de Joinville e
de Itajaí.

Os estados do Norte e Nordeste apresentavam
grande dependência econômica de suas capitais, em especial Roraima e Amazonas,
o estado mais dependente de sua capital, Manaus, responsável por mais de 80% do
PIB do estado, em toda a série. Já Santa Catarina era o menos dependente: sua
capital contribuiu, em toda a série, com, aproximadamente, 7,0% do PIB do
estado.

Com o desenvolvimento econômico do norte
fluminense, o estado do Rio de Janeiro vinha diminuindo sua dependência da
capital. Em 2004 , representava 50,5% da economia estadual e, em 2008, passou a
45,1%.

Petróleo continua a impulsionar economia em
Campos dos Goytacazes (RJ)

De 2007 para 2008, Campos dos Goytacazes (RJ)
apresentou o maior ganho de participação percentual no PIB do país, entre os
municípios com pelo menos 0,5% do PIB nacional, devido ao aumento de produção
de petróleo e gás natural e à alta do preço do petróleo, em reais (Tabela 7).

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O município de São Paulo, com economia
extremamente integrada à do estado, perdeu participação principalmente em
alguns segmentos da indústria de transformação, como o de metalurgia básica –
não ferrosos, produtos farmacêuticos, indústria de máquinas para escritório e
equipamentos de informática. Nos serviços, teve perdas em alguns itens do
varejo (revendedores de veículos e distribuição de combustíveis).

O município do Rio de Janeiro veio perdendo
participação na série, sendo em 2008, o setor de comércio e serviços de
manutenção e reparação o principal responsável.

S. Francisco do Conde (BA) tem o maior PIB per
capita do país (R$288.370,81)

Os dez municípios de maiores PIB per capita
possuíam baixa densidade demográfica. São Francisco do Conde (BA) abrigava a
segunda maior refinaria em capacidade instalada de refino do País. Em Porto
Real (RJ) havia uma indústria automobilística. Triunfo (RS), na Região
Metropolitana de Porto Alegre, era sede de um polo petroquímico importante.
Quissamã (RJ), tinha como atividade principal a extração de petróleo e gás
natural. Confins (MG) ganhou posição desde 2005 quando seu aeroporto
internacional recebeu a maior parte dos vôos destinados a Belo Horizonte.
Louveira (SP) concentrava centros de distribuição de grandes empresas.

Araporã (MG), no Triângulo Mineiro, possuía a
maior hidrelétrica do seu estado, com capacidade instalada de 2 082 megawatts –
MW. Em Campos de Júlio (MT) a economia estava concentrada na produção agrícola
de soja (em grão) e milho (em grão). Anchieta (ES) caracteriza-se pela
pelotização e sinterização de minério de ferro. Jambeiro (SP), próximo a São
José dos Campos (SP) e demais cidades do médio Vale do Paraíba e do litoral
norte, tinha sua base econômica integrada a esses municípios tendo destaque, em
2008, os setores de fabricação de produtos de metal e indústria alimentícia. No
mesmo ano, o PIB per capita brasileiro foi de R$ 15 989,75.

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Jacareacanga, no Pará, tem o menor PIB per
capita do país: R$ 1.721,23.

Em 2008, Jacareacanga (PA), na divisa com o
Amazonas e Mato Grosso, possuía o menor PIB per capita entre os 5.564
municípios do país (R$ 1 721,23) e tinha cerca de 60,0% da sua economia
dependente da administração pública. Além disso, 60% do seu território eram
áreas de preservação ambiental e terras indígenas.

Nos 56 municípios com os menores PIB per capita,
esse indicador era de até R$ 2 442,10. Eles se localizavam no Pará (15),
Maranhão (15), Piauí (15), Alagoas (2) e Bahia (9).

Vitórias (ES) é a capital brasileira com o maior
PIB per capita

Com relação aos municípios das capitais,
destacaram-se Vitória (ES) com o maior PIB per capita, seguido de Brasília
(Distrito Federal), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ).
Nota-se que apesar de Vitória ter o PIB per capita mais alto dentre as
capitais, correspondendo a 4,5 vezes o PIB per capita brasileiro, foi o
terceiro maior dentro do Espírito Santo, atrás dos Municípios de Anchieta e
Presidente Kennedy.

Sorriso (MT) tem o maior valor adicionado bruto
da agropecuária

Em 2008, 189 municípios agregavam cerca de 25,0%
do valor adicionado bruto da agropecuária do Brasil e 655 municípios agregavam
apenas 1,0% do valor adicionado bruto da agropecuária. Os 13 municípios com os
maiores valores adicionados da agropecuária representavam cerca de 5,0% do
total (Tabela 11).

O cenário internacional favorável e as boas
condições climáticas beneficiaram as plantações de soja e milho em 2008.
Sorriso, Sapezal, Campo Verde, Nova Mutum, Primavera do Leste, Campo Novo do
Parecis e Diamantino, municípios mato-grossenses, registraram altos valores das
produções de soja (em grão), milho (em grão) e algodão herbáceo (em caroço). O
município de Sorriso, pelo segundo ano consecutivo, foi o maior produtor de
grãos.

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São Paulo (SP) tem o maior valor adicionado
bruto da indústria

Em 2008, 59 municípios geraram metade do valor
adicionado bruto da indústria. No mesmo ano, 2 513 municípios responderam por
1,0% do valor adicionado bruto da indústria e concentraram 9,7% da população.

Em 2008, São Paulo (SP) se manteve como o
principal polo industrial do País, com participação relativa de 8,7%. Campos
dos Goytacazes (RJ) estava na segunda colocação no ranking industrial do País
desde 2005 (2,4%) e permaneceu nessa posição até 2008 (3,4%).

O Rio de Janeiro (RJ) ocupava a terceira
colocação nesse ranking, com 2,0%, em 2008. A perda de participação em relação
ao ano de 2007 foi função da redução da tarifa média de energia elétrica e do
ganho de participação dos municípios fluminenses produtores de petróleo, aço e
caminhões, ônibus e outros do transporte.

São Paulo (SP) também tinha o maior valor
adicionado bruto dos serviços

Em 2008, com 36 municípios, chegava-se à metade
do valor adicionado bruto dos serviços e a 27,7% da população. No mesmo ano,
1.314 municípios respondiam por 1,0% do valor adicionado bruto dos serviços e
concentravam 2,9% da população.

A concentração dos serviços nas capitais era
bastante alta, chegando a 40,2% em 2008. Dos 36 municípios que agregavam 50,0%
do valor adicionado bruto dos serviços, 16 eram capitais.

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Em 32,9% dos municípios, a administração pública
continua responsável por um terço da economia

Dos 5 564 municípios brasileiros, 1 832 (32,9%)
tinham mais do que 1/3 da sua economia dependente da administração pública. Em 2008,
o peso do valor adicionado bruto da administração pública no PIB do Brasil era
de 13,4%. Esse indicador vinha crescendo desde 2004 (12,6%).

Em cinco municípios, a participação da
administração pública em relação ao PIB local era superior a 70,0%, em 2008:
Uiramutã (RR, 78,7%), Poço Dantas (PB, 70,8%), Santo Antônio dos Milagres (PI,
70,8%), Areia de Baraúnas (PB, 70,5%) e Santarém (PB, 70,3%).

A administração pública teve peso superior a
38,8% em todos os municípios de Roraima. Ficou evidente também o peso da
administração pública nos municípios do Amapá, superior a 40,3% em todos,
exceto Serra do Navio, onde a participação da indústria (53,6%) no PIB superou
a da administração pública (13,8%).

Em dez anos, os 37 municípios mais populosos
perderam participação no PIB

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Entre 1999 e 2008, os 37 municípios com mais de
500 mil habitantes perderam participação no PIB do país, enquanto os 229
municípios de porte médio (de 100.001 a 500 mil habitantes) ganharam
participação.

Entre os municípios de porte médio, os destaques
foram: Campos dos Goytacazes (RJ, 0,6 ponto percentual), Santos (SP, 0,4 pp),
Betim (MG, 0,3 pp), Vitória (ES, 0,2 pp), Itajaí (SC, 0,2 pp), Serra (ES, 0,2
pp), Macaé (RJ, 0,1 pp), Cabo Frio (RJ, 0,1 pp) e Parauapebas (PA, 0,1 pp).

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis
aos leitores.

* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974
pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em
Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em
Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do
Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu
diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua –
Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua
como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul..
Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini* Ricardo Bergamini,
Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro,
com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de
1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989.
Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova
York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira
em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside
em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante,
assessorando empresas da região sul.

(48) 4105-0832

(48) 9976-6974

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Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. Produto Interno Bruto dos Municípios – Fonte IBGE – Base: Ano de 2008. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2011. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/economia/produto-interno-bruto-dos-municipios-fonte-ibge-base-ano-de-2008/ Acesso em: 16 abr. 2024