Economia

Contas Nacionais Trimestrais – Fonte IBGE – Base: Terceiro Trimestre de 2010

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PIB cresce 0,5% em relação ao 2º trimestre e
chega a R$ 937,2 bi

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Em relação ao segundo trimestre, o PIB (Produto
Interno Bruto)1 a preços de mercado do terceiro trimestre de 2010 cresceu 0,5%,
levando-se em consideração a série com ajuste sazonal2. O destaque foram os
serviços (1,0%), enquanto a indústria (-1,3%) e a agropecuária (-1,5%)
apresentaram quedas.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2009,
o PIB cresceu 6,7%. Nesse confronto, dentre as atividades econômicas,
destacou-se a indústria (8,3%), seguida pela agropecuária (7,0%) e pelos
serviços (4,9%).

No acumulado nos quatro trimestres terminados no
terceiro trimestre de 2010, o crescimento foi de 7,5% em relação aos quatro
trimestres imediatamente anteriores. No acumulado no ano de 2010, em relação ao
mesmo período de 2009, o PIB variou, até setembro, 8,4%. O PIB em valores
correntes alcançou R$ 937,2 bilhões no terceiro trimestre deste ano.

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Revisão de dados de 2009 e dos dois primeiros
trimestres de 2010

Na divulgação do terceiro trimestre de cada ano
é realizada uma revisão mais abrangente que incorpora os novos pesos das Contas
Nacionais Anuais de dois anos antes. O ano anterior, nesse caso 2009, e o
primeiro e segundo trimestres do ano corrente (2010) são recalculados,
incorporando as mudanças de ponderação. No mesmo momento são introduzidas, nas
séries trimestrais, atualizações nas séries de dados adotadas e, se for o caso,
aperfeiçoamentos metodológicos. As alterações realizadas são apresentadas na
divulgação (para vê-las em detalhes, clique em “Material de Apoio” e em seguida
em “Saiba mais sobre a revisão dos dados”), e notas metodológicas explicativas
dos aperfeiçoamentos na metodologia são disponibilizadas com antecedência no
site do IBGE, de modo a enfatizar a transparência dos dados.

A tabela abaixo, mostra a revisão, para o ano de
2009, das taxas de crescimento do PIB e seus principais componentes pelas
óticas da oferta e da demanda.

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A tabela seguinte mostra a revisão, para o
primeiro e segundo trimestres de 2010, das taxas de crescimento do PIB e seus
principais componentes pelas óticas da oferta e da demanda.

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Em relação ao 2º tri de 2010, serviços crescem,
mas indústria e agropecuária caem

O PIB cresceu 0,5% na comparação do terceiro
trimestre de 2010 contra o segundo trimestre do ano, e o destaque foram os
serviços, com crescimento de 1,0%, enquanto a indústria e a agropecuária
apresentaram quedas de 1,3% e 1,5%, respectivamente.

Dentre as atividades industriais, destaque para
o crescimento da extrativa mineral (1,9%). Por sua vez, a construção civil
(-2,3%) e a indústria de transformação (-1,6%) tiveram quedas, enquanto a
atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana manteve-se
estável (0,2%). Nos serviços, as maiores elevações foram na intermediação
financeira e seguros (3,1%), comércio (1,4%) e serviços de informação (1,2%). A
atividade outros serviços cresceu 0,6%, seguida por administração, saúde e
educação pública (0,4%), atividades imobiliárias e aluguel (0,3%) e transporte,
armazenagem e correio (0,2%).

Em relação aos componentes da demanda interna,
destaque para o crescimento da formação bruta de capital fixo (FBCF), de 3,9%.
A despesa de consumo das famílias cresceu 1,6% e, após quatro trimestres
consecutivos de desaceleração, voltou a acelerar frente ao trimestre
imediatamente anterior. Já a despesa de consumo da administração pública
manteve-se estável.

Pelo lado do setor externo, as exportações
(2,4%) e as importações de bens e serviços (7,4%) cresceram.

Frente ao 3º trimestre de 2009, embora
desacelere, indústria tem melhor desempenho

Na comparação com o terceiro trimestre de 2009,
o PIB teve crescimento de 6,7% no terceiro trimestre de 2010, sendo que o valor
adicionado a preços básicos3 cresceu 5,9%, e os impostos sobre produtos, 12,1%.
Pela ótica da produção, dentre as atividades, mesmo desacelerando em relação à
taxa do trimestre anterior, destaca-se o crescimento da indústria: 8,3%. Também
em desaceleração, agropecuária e serviços cresceram, respectivamente, 7,0% e
4,9%.

Na indústria, as maiores expansões ocorreram na
extrativa mineral (16,6%) e na construção civil (9,6%), esta última, devido, em
grande parte, à expansão do crédito direcionado, de 29,3% em termos nominais.
Também houve aumento de 8,0% em eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza
urbana, seguido pelo da indústria de transformação (7,1%).

A taxa da agropecuária (7,0%) pode ser, em
grande parte, explicada por dois fatores: aumento da produtividade e desempenho
de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no trimestre4. É o
caso do café, do trigo, da cana-de-açúcar e da laranja, com estimativas de
aumento de produção em 2010 de 18,0%, 14,2%, 6,0% e 3,9%, respectivamente. Por
outro lado, a mandioca, cuja safra também é significativa no período, tem
estimativa de queda de 0,6% na produção.

Todas as atividades dos serviços (4,9%) registraram
variações positivas, com destaque para intermediação financeira e seguros
(11,4%), comércio atacadista e varejista (9,0%) e transporte, armazenagem e
correio (7,5%). Os serviços de informação cresceram 4,0%, e a atividade outros
serviços (que além dos serviços prestados às empresas, engloba também serviços
prestados às famílias, saúde mercantil, educação mercantil, serviços de
alojamento e alimentação, serviços associativos, serviços domésticos e serviços
de manutenção e reparação) cresceu 2,9%. Também registraram expansão
administração, saúde e educação pública (2,3%) e serviços imobiliários e
aluguel (1,5%).

Na comparação com 2009, formação bruta de
capital fixo é destaque

Dentre os componentes da demanda interna, a
despesa de consumo das famílias cresceu 5,9% no terceiro trimestre de 2010,
frente ao mesmo período do ano anterior, sua 28ª variação positiva consecutiva
nessa base de comparação. Um dos fatores que contribuíram para o resultado foi
o aumento da massa salarial real, de 10,3% no terceiro trimestre de 2010,
aliado ao aumento nominal de 17,1% no saldo de operações de crédito do sistema
financeiro com recursos livres para as pessoas físicas. Já a despesa de consumo
da administração pública cresceu 4,1% nesse confronto.

O principal destaque foi, porém, o desempenho da
formação bruta de capital fixo (21,2%). Dentre os fatores que contribuem para
explicar esse crescimento, destacam-se a expansão da importação e da produção
interna e da importação de máquinas e equipamentos, além da baixa base de
comparação do 3º trimestre de 2009.

Pelo lado da demanda externa, as exportações
(11,3%) e as importações de bens e serviços (40,9%) apresentaram crescimento. A
valorização cambial ajuda a explicar o maior crescimento relativo das
importações; e os produtos da pauta de importação que mais contribuíram para
esse resultado foram máquinas e equipamentos; siderurgia; têxteis; veículos;
refino de petróleo e petroquímicos; plásticos; químicos; extrativa mineral;
material elétrico; borracha; e equipamentos eletrônicos.

Em 12 meses, PIB cresce 7,5% e supera patamar
pré-crise

O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados
no terceiro trimestre de 2010 cresceu 7,5% em relação aos quatro trimestres
imediatamente anteriores, superando o patamar observado no período pré-crise.
Isso foi resultado da elevação de 6,8% do valor adicionado a preços básicos e
do aumento de 11,6% nos impostos sobre produtos. Os desempenhos das atividades
econômicas foram os seguintes: indústria, 10,2%; agropecuária, 5,9%; e serviços,
5,7%.

Dentre as atividades industriais, a extrativa
mineral (13,5%) foi o destaque, seguida pela construção civil (10,7%),
indústria de transformação (10,5%) e eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza
urbana (6,6%). Já nos serviços, as maiores elevações ocorreram no comércio
(10,8%), intermediação financeira e seguros (10,4%) e transporte, armazenagem e
correio (8,9%). Outros serviços (4,1%); administração, educação pública e saúde
pública (2,9%); serviços de informação (2,8%); e serviços imobiliários (2,0%)
também cresceram.

Na análise da demanda, a formação bruta de
capital fixo cresceu 20,2%, seguida pela despesa de consumo das famílias
(7,0%). A despesa de consumo da administração pública, por sua vez, cresceu
4,8%. No âmbito do setor externo, tanto as exportações (6,7%) como as
importações (29,4%) apresentaram crescimento.

Em 2010, indústria tem maior crescimento entre
as atividades econômicas

No três primeiros trimestres de 2010, o PIB
cresceu 8,4%, em relação a igual período de 2009. Na mesma base de comparação,
a indústria cresceu 12,3%, a agropecuária, 7,8%, e os serviços, 5,7%.

Dentre as atividades da indústria, destaque para
a extrativa mineral (16,0%), seguida pela construção civil (13,6%) e pela
indústria de transformação (12,5%). Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza
urbana teve aumento de 8,8%. No setor de serviços, as maiores elevações foram
no comércio (12,0%), na intermediação financeira e seguros (10,4%) e no
transporte, armazenagem e correio (10,3%). Os serviços de informação e os
outros serviços tiveram a mesma taxa de crescimento, 3,5% cada atividade,
seguidos por administração, saúde e educação pública (2,6%) e atividades
imobiliárias e aluguel (1,6%).

Pela demanda interna, destaca-se o crescimento
de 25,6% da formação bruta de capital fixo, seguida pela despesa de consumo das
famílias (6,9%) e pela despesa de consumo da administração pública (4,1%). No
setor externo, as importações (39,8%) continuam crescendo a uma taxa superior à
das exportações (10,8%).

PIB chega a R$ 937,2 bilhões no terceiro
trimestre de 2010

O PIB a preços de mercado, para o terceiro
trimestre de 2010, alcançou R$ 937,2 bilhões, sendo R$ 800,4 bilhões referentes
ao valor adicionado e R$ 136,8 bilhões aos impostos sobre produtos. A tabela a
seguir mostra os valores por atividade, segundo as diversas óticas do PIB.

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A taxa de investimento no terceiro trimestre de
2010 foi de 19,4% do PIB, superior à taxa referente ao mesmo período do ano
anterior (17,9%). A taxa de poupança (18,5%) também superou a de 2009 (15,7%).

No resultado do terceiro trimestre de 2010, a
necessidade de financiamento alcançou R$ 24,1 bilhões contra R$ 12,0 bilhões no
mesmo período do ano anterior, aumento explicado, principalmente, pela redução
no saldo externo de bens e serviços, no montante de R$ 11,7 bilhões, e pela
redução de R$ 0,6 bilhão em transferências unilaterais correntes líquida
recebida do resto do mundo.

A renda nacional bruta atingiu R$ 923,0 bilhões
no terceiro trimestre de 2010, contra R$ 796,2 bilhões no respectivo período de
2009, e a poupança bruta chegou a R$ 173,5 bilhões contra R$ 127,1 bilhões no
mesmo período do ano anterior.

Notas:

1 Bens e serviços produzidos no país descontadas
as despesas com os insumos usados no processo de produção durante o ano.

2 As séries da agropecuária, indústria,
serviços, valor adicionado, PIB, despesa de consumo da administração pública,
despesa de consumo das famílias, formação bruta de capital fixo, exportações e
importações de bens e serviços são ajustadas sazonalmente de maneira direta, ou
seja, individualmente.

3 É a contribuição ao PIB pelas diversas
atividades econômicas, obtida pela diferença entre o valor de produção e o
consumo intermediário absorvido por essas atividades.

4 Segundo o Levantamento Sistemático da Produção
Agrícola (LSPA/IBGE).

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis
aos leitores.

* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974
pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em
Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em
Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do
Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu
diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua –
Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua
como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul..
Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini* Ricardo Bergamini,
Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro,
com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de
1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989.
Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova
York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira
em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside
em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante,
assessorando empresas da região sul.

(48) 4105-0832

(48) 9976-6974

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Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. Contas Nacionais Trimestrais – Fonte IBGE – Base: Terceiro Trimestre de 2010. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2011. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/economia/contas-nacionais-trimestrais-fonte-ibge-base-terceiro-trimestre-de-2010/ Acesso em: 18 abr. 2024