Economia

Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE – Base: Setembro de 2010

Produção industrial varia -0,2% em setembro

Em setembro de 2010, a produção industrial variou -0,2% na comparação
com o mês anterior, na série livre de influências sazonais, repetindo o
resultado de agosto. Em relação a setembro do ano passado, houve avanço de
6,3%, menor marca desde os 5,3% registrados em novembro de 2009, e 13,1% no
acumulado dos nove meses do ano. No fechamento do terceiro trimestre de 2010, o
setor industrial cresceu frente ao mesmo período do ano anterior (7,9%), mas
ficou negativo em relação ao trimestre imediatamente anterior (-0,5%) na série
ajustada sazonalmente. A taxa acumulada nos últimos 12 meses prosseguiu em
expansão, passando de 9,8% em agosto para 11,2% em setembro, resultado mais
elevado desde o início da série histórica.

Na formação da taxa de -0,2% da atividade industrial entre agosto e
setembro, observou-se 15 ramos em queda e 12 com índices positivos. Entre os
que tiveram resultados negativos, os principais foram: outros produtos químicos
(-4,0%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (-11,0%), alimentos
(-1,7%), metalurgia básica (-2,0%), veículos automotores (-0,9%) e refino de
petróleo e produção de álcool (-1,5%). Já entre as atividades com aumento de
produção, os melhores desempenhos foram edição e impressão (15,5%),
farmacêutica (6,3%), indústrias extrativas (2,5%) e bebidas (4,0%).

Ainda na comparação com o mês anterior, nos índices por categorias de
uso, somente o segmento de bens de consumo semi e não duráveis (1,3%) assinalou
resultado positivo, eliminando o recuo de 0,8% observado no mês de agosto. As
demais categorias de uso mostraram taxas negativas, com destaque para a queda
de 2,6% de bens de capital, após apontar crescimento nulo nos meses de julho e
agosto. Os setores produtores de bens de consumo duráveis (-1,3%) e de bens
intermediários (-0,5%) registraram o segundo mês seguido de queda na produção,
acumulando nesse período perdas de 1,4% e 2,0%, respectivamente.

Na evolução do índice de média móvel trimestral, o total da indústria
mostrou ligeira variação positiva (0,1%) entre agosto e setembro, interrompendo
três meses consecutivos de taxas negativas nesse tipo de comparação, período em
que acumulou recuo de 1,3%. Entre as categorias de uso, o setor de bens de
consumo semi e não duráveis (0,3%) assinalou a única taxa positiva entre agosto
e setembro, revertendo quatro meses seguidos de queda. Os demais resultados
foram negativos: bens de consumo duráveis (-0,1%), bens intermediários (-0,4%)
e bens de capital (-0,9%).

Produção industrial avança 6,3% na comparação com setembro de 2009

Em relação a setembro de 2009, a produção industrial avançou 6,3%,
completando 11 meses consecutivos de taxas positivas nesse tipo de comparação.
Os resultados foram positivos em 22 dos 27 setores pesquisados, com veículos
automotores (19,8%) permanecendo com o maior impacto na formação do índice
global, seguido por máquinas e equipamentos (13,1%), edição e impressão
(17,6%), indústrias extrativas (13,5%) e alimentos (5,8%). Nestes setores, os
principais responsáveis pelo desempenho positivo foram respectivamente:
caminhão-trator, caminhões, veículos para transporte de mercadorias e
automóveis; aparelhos carregadoras-transportadoras, motoniveladores,
empilhadeiras propulsoras e máquinas para colheita; livros de qualquer gênero;
minérios de ferro; e açúcar cristal e sucos concentrados de laranja. Entre as
cinco atividades que mostraram redução na produção, material eletrônico e
equipamentos de comunicações (-16,9%) e outros produtos químicos (-3,2%) foram
as que exerceram as influências mais relevantes na média da indústria,
pressionadas em grande parte pelo recuo na fabricação de celulares e aparelhos
de comutação para telefonia, no primeiro setor, e herbicidas para uso na
agricultura no segundo.

Entre as categorias de uso, os resultados permaneceram positivos frente
a setembro do ano passado, com o segmento de bens de capital (15,9%) apontando
crescimento bem acima do total da indústria (6,3%). Os setores produtores de
bens intermediários (5,9%) e de consumo semi e não duráveis (5,8%) tiveram
taxas próximas da média global, enquanto bens de consumo duráveis (-0,2%) foi a
única categoria com resultado negativo. No primeiro segmento, sobressaiu a
maior produção do subsetor de bens de capital para equipamentos de transporte
(28,1%), vindo a seguir as influências de bens de capital para construção
(78,5%), para fins industriais (22,7%) e agrícolas (33,6%). Os subsetores de
bens de capital para uso misto (-2,6%) e para energia elétrica (-0,6%)
pressionaram negativamente o total da categoria de uso.

Os setores de bens intermediários e de consumo semi e não duráveis
prosseguiram com a sequência de taxas positivas iniciada em novembro de 2009.
No primeiro segmento, o avanço foi sustentado, principalmente, pelos itens associados
aos setores extrativo (13,6%), de veículos automotores (20,7%), de alimentos
(13,9%), de minerais não metálicos (8,6%) e de metalurgia básica (3,8%),
enquanto refino de petróleo e produção de álcool (-7,3%) e outros produtos
químicos (-3,2%) exerceram pressões negativas. Vale destacar os desempenhos
positivos dos grupamentos de insumos da construção civil (8,9%) e de embalagens
(8,3%). No setor de bens de consumo semi e não duráveis, todos os seus
subsetores influenciaram positivamente, com destaque para outros não-duráveis
(7,5%), alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (4,2%),
carburantes (9,4%) e semiduráveis (2,9%), impulsionados pela maior produção de
livros e medicamentos; refrigerantes, sucos concentrados de laranja, cervejas e
chope; álcool e gasolina; e calças compridas e tênis de couro.

A produção de bens de consumo duráveis (-0,2%), que interrompeu 11 meses
consecutivos de expansão na produção, foi pressionada negativamente pelos
recuos na fabricação de telefones celulares (-17,1%) e de eletrodomésticos
(-9,9%), tanto os de “linha branca” (-10,5%) como os de “linha marrom” (-5,5%),
uma vez que automóveis (5,3%), motocicletas (14,6%) e mobiliário (13,6%)
permaneceram com resultados positivos nesse tipo de comparação.

Produção industrial reduz ritmo de crescimento no terceiro trimestre

Na análise trimestral, o setor industrial vem sustentando resultados
positivos desde o último trimestre do ano passado (5,9%). No terceiro trimestre
de 2010, o avanço de 7,9% mostrou redução no ritmo de crescimento, uma vez que
no primeiro semestre do ano a expansão foi de 16,2% (com 18,2% no primeiro
trimestre e 14,3% no segundo), todas as comparações contra igual período do ano
anterior. Este movimento foi acompanhado por todas as categorias de uso e por
21 dos 27 ramos investigados, refletindo não só o comportamento mais moderado
da atividade industrial nos últimos meses mas também a elevação da base de
comparação, uma vez que o segundo semestre de 2009 apontou ritmo mais intenso
que o registrado no primeiro. Entre as categorias de uso, a diminuição no ritmo
de crescimento foi particularmente relevante no setor produtor de bens de
consumo duráveis, que passou de 20,6% no primeiro semestre do ano para 2,4% no
terceiro trimestre, seguido por bens intermediários (de 17,4% para 8,6%), bens
de capital (de 29,6% para 21,2%) e bens de consumo semi e não duráveis (de 7,6%
para 4,5%).

O índice acumulado para os nove meses do ano, frente a igual período de
2009, mostrou expansão de 13,1% para o total da indústria, com perfil
generalizado de crescimento, atingindo 25 dos 27 setores e cerca de 76% dos
produtos pesquisados. A atividade de veículos automotores (29,4%) permaneceu
com o impacto positivo mais significativo sobre a média global, influenciada
pela expansão em 92% dos produtos investigados no setor, seguida por máquinas e
equipamentos (32,1%), metalurgia básica (23,9%), produtos de metal (28,6%),
outros produtos químicos (11,9%), indústrias extrativas (14,6%) e alimentos
(6,2%). Em termos de produtos, os destaques nesses ramos foram: automóveis,
caminhão-trator e caminhões; aparelhos carregadoras-transportadoras,
compressores para aparelhos de refrigeração, motoniveladores e fornos
microondas; lingotes, blocos e tarugos de aços ao carbono e de aços especiais,
barras de outras ligas de aços e vergalhões de aços ao carbono; partes e peças
para bens de capital; oxigênio, herbicidas para uso na agricultura e tintas e
vernizes para construção; minérios de ferro; e açúcar cristal e sucos
concentrados de laranja. Por outro lado, os dois setores com resultados
negativos na formação do índice geral foram: outros equipamentos de transporte
(-3,4%) e fumo (-9,8%).

Os índices por categorias de uso, ainda no acumulado dos nove meses do
ano, confirmam a disseminação do crescimento no setor industrial, com expansão
em todas as quatro categorias. O segmento de bens de capital (26,5%) prosseguiu
com a taxa mais elevada, seguido por bens intermediários (14,2%) e bens de
consumo duráveis (13,6%), todos com expansão acima da média nacional (13,1%). A
produção de bens de consumo semi e não duráveis, com avanço de 6,5%, apontou o
crescimento mais moderado entre as categorias de uso.

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Em síntese, a atividade industrial mostrou um quadro de estabilidade nos
últimos três meses, uma vez que após o acréscimo de 0,5% em julho, a produção
industrial assinalou em setembro o segundo mês consecutivo de variação negativa
de 0,2% na comparação com o mês anterior. Com isso, o índice de média móvel
trimestral ficou praticamente estável entre agosto e setembro (0,1%). Ainda na
série com ajuste sazonal, no índice trimestre contra trimestre imediatamente
anterior, a produção industrial recuou 0,5% no terceiro trimestre do ano e
interrompeu cinco períodos consecutivos de expansão, período em que acumulou
ganho de 18,7%. Entre as categorias de uso, todas apontaram taxas negativas no
período julho-setembro, com bens de capital, que passou de 4,7% no segundo
trimestre de 2010 para -2,2% no terceiro, apontando a desaceleração mais intensa
entre os dois períodos. Nos demais segmentos, a produção de bens intermediários
(de 1,1% para -1,0%) assinalou seu primeiro resultado negativo desde o primeiro
trimestre de 2009, enquanto os setores de bens de consumo duráveis (de -1,0%
para -1,9%) e de bens de consumo semi e não duráveis (de -0,6% para -0,7%)
registraram a segunda taxa negativa consecutiva.

Nos confrontos contra iguais períodos de 2009, os resultados
permaneceram predominantemente positivos e atingiram a maioria dos segmentos
industriais investigados, mas com clara redução na intensidade do crescimento
frente aos índices dos meses anteriores, refletindo não só a elevação da base
de comparação, mas também a diminuição do ritmo produtivo observado nos últimos
meses. Com isso, o índice trimestre contra igual trimestre do ano anterior
mostrou redução na magnitude da expansão na passagem do primeiro (18,2%) para o
segundo (14,3%) e terceiro trimestres de 2010 (7,9%).

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido
Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela
UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no
período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de
Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos
executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás –
Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como
consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul..
Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini* Ricardo Bergamini,
Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro,
com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de
1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989.
Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova
York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira
em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside
em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante,
assessorando empresas da região sul.

(48) 4105-0832

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Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE – Base: Setembro de 2010. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2010. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/economia/pesquisa-industrial-mensal-producao-fisica-brasil-fonte-ibge-base-setembro-de-2010/ Acesso em: 19 abr. 2024