Economia

Produção Agrícola Municipal – Fonte IBGE – Base: Ano de 2009


Valor da produção agrícola cai 5,3% de 2008 para 2009

O valor da produção em 2009 foi de R$ 140,8 bilhões, menor em quase R$
8,0 bilhões (-5,3%) na comparação com 2008. A redução se deve, basicamente, à
menor produção de milho (-13,9%), café (-12,8%), algodão herbáceo (-27,3%),
trigo (-16,1%) e soja (-4,2%). Além disso, alguns produtos, como milho, feijão,
café e trigo, tiveram preços inferiores aos do ano anterior. A área plantada
total aumentou 0,3% sobre 2008 e chegou a 65,7 milhões de hectares.

As culturas que mais se expandiram em 2009 foram a soja, com 509,6 mil
hectares (2,4%), e a cana-de-açúcar (572,5 mil hectares, 7,0% a mais). A soja,
mesmo com a redução da safra, continuou sendo a cultura que mais contribuiu
para o valor da produção, com 27% do total (R$ 38,0 bilhões). Em segundo lugar,
veio a cana-de-açúcar com 17,0% (R$ 24,0 bilhões). A expansão da cultura e os
bons preços no mercado, principalmente do açúcar, levaram a um aumento de 16,0%
no valor da produção da cana, em comparação com 2008. Esse crescimento a fez
ultrapassar o milho, que perdeu o 2º lugar (14,0% em 2008) por problemas
climáticos e baixos preços do mercado, reduzindo sua participação em 2009 para
10,7% do total produzido. Em quarto lugar veio o café, cuja redução já era
esperada, porque essa cultura alterna anos de alta e baixa produtividade, com
6,1% do valor da produção nacional em 2009.

Entre os produtos que tiveram crescimento em 2009, destacam-se o feijão,
com aumento de 0,7% na produção e 8,4% na área plantada; o arroz em casca, que
chegou a 12,7 milhões de toneladas (+4,9%); e as frutas que, coletivamente,
geraram receita bruta de R$ 17,7 bilhões, 1,8% maior que a de 2008.

São Paulo era em 2009 o maior estado em produção agrícola, responsável
por 16,3% do total da produção nacional, sendo o principal produtor de
cana-de-açúcar, laranja, amendoim, banana, limão e tangerina, entre outras. Já
o Paraná, que estava em 2º lugar em 2008, com 14,8% do valor da produção
nacional, em 2009 passou por problemas climáticos, caindo para quarta colocação
com 11,8%, atrás do Mato Grosso (12,8%) e Rio Grande do Sul (12,7%).

O município de Sorriso (MT) continuou como maior produtor agrícola
nacional em termos de valor da produção. É o maior produtor de soja e milho,
mesmo com a redução de 10,4% em relação a 2008. Essas e outras informações
integram a pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2009, que investiga os 64
principais produtos das lavouras temporárias e permanentes da agricultura
nacional.

Produção de grãos tem redução de 11,6 milhões de toneladas de 2008 para
2009

Cerca de metade do valor da produção agrícola brasileira se concentra em
15 produtos, os “cereais, leguminosas e oleaginosas”, ou “grãos”. Por ordem de
participação no valor da produção, eles são: soja, milho, feijão, arroz,
algodão herbáceo, trigo, sorgo, amendoim, cevada, mamona, girassol, aveia,
triticale, centeio e algodão arbóreo. O grupo totalizou 133,8 milhões de
toneladas em 2009, -11,6 milhões de toneladas contra 2008, redução vista
principalmente no milho (-8,27 milhões de toneladas), soja (-2,49 milhões de
toneladas), algodão herbáceo (-1,09 milhões de toneladas) e trigo (-972 mil
toneladas). As principais causas foram o clima (que reduziu a produtividade) e,
no caso do milho e do algodão, os baixos preços pagos aos produtores na época
do plantio, que levaram à redução da área plantada.

Participação no valor da produção: SP se mantém em 1º, MT sobe para 2º,
PR cai para 4º

Entre os estados, São Paulo se manteve em 1º lugar em participação no
valor da produção agrícola nacional, passando de 15,6% em 2008 para 16,3% em
2009. Mato Grosso, 5º colocado em 2008, com 10,8%, teve em 2009 uma boa safra
de milho, com incremento na produção (+4,9%) e rendimento médio de 4.920 kg/ha,
15,5% superior ao de 2008, por isso sua participação no valor da produção
passou para 12,8% em 2009, alcançando o 2º lugar, seguido pelo Rio Grande do
Sul (12,7%).

Já o Paraná caiu da 2ª para a 4ª colocação (de 14,8% para 11,8% da
produção). Principal produtor de milho (22,1% do total nacional), o estado
colheu -27,7% em 2009 (de 15,6 para 11,3 milhões de toneladas). O desempenho
foi prejudicado por problemas climáticos no plantio, que determinaram queda do
rendimento médio em 23,1% (de 5.335 kg/ha em 2008 para 4.118 kg/ha em 2009) e
causaram perda de 52,5 mil hectares da área plantada. Além do milho, a soja,
produto em que o Paraná é o 2º no ranking nacional, teve redução de -20,3%,
pelas mesmas dificuldades.

Nove dos dez maiores municípios produtores agrícolas são do Centro-Oeste

Muitos dos 50 maiores municípios pelo valor da produção agrícola
sofreram quedas de 2008 para 2009, porque o milho, muito importante para grande
parte deles, foi bastante afetado. Dos 10 primeiros municípios, sete estão no
Mato Grosso e dois em Goiás. Destaca-se Sorriso (MT), maior produtor de soja e
milho, com o maior valor de produção em 2009 (R$ 1,33 bilhões), apesar da queda
de -10,4% face a 2008. No município, a soja teve incremento de 2,6%, enquanto o
milho caiu -9,5%. Sorriso também produziu -58,2% de algodão herbáceo (60,3 mil
toneladas em 2008 contra 25,2 mil em 2009), o que se deveu, principalmente, à
menor área cultivada devido aos baixos preços no mercado. São Desidério (BA),
única cidade da lista fora do Centro-Oeste, ficou em 2º lugar, com valor de
produção de R$ 1,07 bilhões e queda de -18,3% em relação a 2008.

Falta de chuvas prejudica a soja, que tem queda de -4,2% na produção de
2009

A produção nacional de soja em 2009, que representou 42,8% da produção
nacional de grãos, foi de 57,3 milhões de toneladas, -4,2% face a 2008. A
principal razão da queda foi o clima: estiagem na Região Sul, atraso nas chuvas
no Centro-Oeste e sua distribuição irregular no Nordeste. A área cultivada, de
21,75 milhões de hectares, aumentou 2,4%. O valor da produção foi R$ 37,99
bilhões, com valor médio de R$ 662,44/t (1,33% face a 2008). Mato Grosso
continuou líder na produção de soja, com 17,96 milhões de toneladas; destaque
para Sorriso (1,84 milhões), Sapezal (1,11 milhões) e Nova Mutum (1,05
milhões).

Na região Sul, a segunda maior região produtora, a forte estiagem,
principalmente em novembro e dezembro, causou queda de -9,8% na produção e o
Paraná foi o estado mais afetado (-20,3%).

Mesmo crescendo em ritmo menor, produção de cana-de-açúcar quebra
recorde

A cana-de-açúcar teve mais um recorde em 2009, com 671,4 milhões de
toneladas e aumento de 4,0% em comparação a 2008. Também houve crescimento na
área colhida (4,6%), que chegou a 8,5 milhões de hectares. O rendimento médio
mudou pouco em relação à safra anterior e ficou em 78.854 kg/ha. Mesmo
significativo, o aumento da produção é bem menor do que em 2008, 17,4% frente a
2007. As razões da desaceleração foram: a crise econômica mundial, que diminuiu
a implantação de novas usinas; a redução na expansão canavieira nos últimos
quatro anos; e o excesso de chuvas no 2º semestre de 2009, que retardou a
colheita e fez ficar cana no campo para a próxima safra.

Nos últimos anos, cada vez mais cana se destinava à produção de etanol.
Porém, com a recente mudança da Índia, de exportadora para importadora de
açúcar, o açúcar brasileiro foi valorizado no mercado mundial. Com isso e mais
o aquecimento do preço do etanol, o valor da produção foi de quase R$ 24
bilhões, 16,0% superior ao de 2008.

São Paulo, maior produtor nacional, concentrava 57,9% da produção (388,9
milhões de toneladas), 0,7% a mais do que em 2008. Ainda assim, o clima
prejudicou a colheita: Morro Agudo, maior município produtor, teve redução de
22,6% na produção sobre 2008.

Em Minas Gerais, a produção de cana alcançou 58,4 milhões toneladas
(21,8% a mais que em 2008) e passou o Paraná, tornando-se o 2º maior produtor
nacional, com 8,7% da safra brasileira. Porém, algumas áreas foram prejudicadas
pelo excesso de chuvas: Uberaba, maior produtor mineiro, teve redução de -22,7%
em relação a 2008. Apesar de também ter sofrido com o excesso de chuvas, o
Paraná teve safra 5,0 % superior à do ano anterior, 53,8 milhões de toneladas.
A expansão dos canaviais foi maior no Centro-Oeste, por causa das terras com
melhores preços. Goiás, maior produtor regional, teve aumento de 29,8% (43,0 milhões
de toneladas, 515,6 mil hectares). No Mato Grosso do Sul, a produção foi de
25,2 milhões de toneladas, 18,1% maior do que em 2008. Rio Brilhante (MS) é o
segundo maior município produtor do Brasil, com 6,3 milhões de toneladas e
produtividade de 94 t/ha. No Nordeste, tradicional produtor de açúcar, os
principais estados foram Alagoas (26,8 milhões de toneladas, -8,3%) e
Pernambuco (19,4 milhões, -4,5%).

Redução do plantio, grandes estoques, baixa cotação, crise e clima
reduzem a safra de milho

As duas safras de milho em 2009, somadas, chegaram a 50,7 milhões de
toneladas, com queda de 13,9% face a 2008. O milho teve o 2º maior volume na
produção nacional de grãos em 2009 (37,8%), após a soja (42,8%).

A redução de 6,2 milhões de toneladas (-15,7%) para o milho 1ª safra e
de 2,0 milhões de toneladas (-10,7%) para o de 2ª safra, contra 2008, pode ser
explicada, em parte, pelo desestímulo ao plantio, grandes estoques nacionais e
baixa cotação do produto. Isso e o clima desfavorável contribuíram para a queda
de 9,0% no rendimento, de 4.079 kg/ha em 2008 para 3.714 kg/ha. O preço médio,
de R$ 17,79 por saco de 60 quilos em 2009, foi 15,8% menor do que em 2008. Tudo
isso levou à perda de 5,5% na área colhida (de 14,4 milhões de hectares em 2008
para 13,6 milhões de hectares). A região Sul foi a mais afetada pela estiagem.

O Paraná, maior produtor nacional em 2009 (22,2%), teve 2,7 milhões de
hectares de área colhida, menos 5,4% face a 2008. A produção caiu 27,7% (11,3
milhões de toneladas em 2009). A redução de 22,8% no rendimento médio (4.118
kg/ha) foi causada por problemas climáticos no plantio de ambas as safras. A
área plantada diminuiu em 52,4 mil hectares. Nenhum município paranaense estava
entre os 20 primeiros; a maioria foi do Mato Grosso e de Goiás – destaques para
Sorriso (903 mil t), Lucas do Rio Verde (809 mil t), Campo Novo do Parecis (576
mil t) e Sapezal (571 mil t) todos no MT.

Em ano ‘de baixa’, produção de café cai 12,8%

Em 2009 o Brasil colheu 2,4 milhões de toneladas de café (40,7 milhões
de sacas de 60 kg), contra 2,8 milhões de toneladas em 2008 (-12,8%). A área
colhida fechou o ano em 2,2 milhões de hectares. O rendimento médio de 1.118
kg/ha foi 12,0% menor do que em 2008. Essa redução, maior na espécie Coffea
arábica (predominante no Brasil), já era esperada, porque a cafeicultura
alterna anos de alta e baixa produtividade. Dos 17 estados produtores,
destacam-se Minas Gerais (49,0%), Espírito Santo (25,4%), São Paulo (8,1%),
Bahia (7,2%), Paraná (3,7%) e Rondônia (3,8%).

Em Minas, com 616 dos 1768 municípios produtores, a safra de 2009 –
somando as duas principais espécies, foi de 1,2 milhão de toneladas (19,9
milhões de sacas), 15,6% menor do que 2008. A área colhida foi de 1,0 milhão de
hectares, com rendimento médio de 1.182 kg/ha, contra 1.331 kg/ha em 2008
(-11,2%).

No Estado do Espírito Santo predomina a espécie Coffea canephora. Por
isso, ao contrário dos outros estados, lá houve um pequeno aumento de produção
entre 2008 e 2009, de 0,2%. Em 2009 a área colhida foi de 489 mil hectares, a
produção total alcançou 619,7 mil toneladas (10,3 milhões de sacas) e o
rendimento médio, considerando as duas espécies, fechou em 1.265 kg/ha.

Principal produtor de arroz, RS tem safra 8,7% maior em 2009

A produção nacional de arroz em casca em 2009 foi de 12,65 milhões de
toneladas, 4,9% maior do que em 2008. Foram colhidos 2,87 milhões de hectares,
com rendimento médio de 4.405 kg/ha, valor de produção de R$ 7,07 bilhões e
valor médio de R$ 558,92/t (-3,7% face a 2008). Destaca-se o desempenho do Rio
Grande do Sul, onde predomina o cultivo irrigado por inundação: foi o maior
produtor nacional (63,1%), com safra de 7,98 milhões de toneladas (+8,7% frente
a 2008), área colhida de 1,1 milhão de hectares (+4,2%) e rendimento médio de
7.187 kg/ha (+4,3%). As boas condições climáticas colaboraram para os bons
resultados. Todos os 20 maiores municípios produtores de arroz são gaúchos. Os
cinco primeiros (Uruguaiana, Itaqui, Santa Vitória do Palmar, Alegrete e Dom
Pedrito) somaram 19,0% da produção nacional e 30,1% do estado.

Produção de mandioca sofre queda de 8,6%; preço médio aumenta 8,7%

A produção da mandioca, de 24,4 milhões de toneladas, caiu -8,6% em
relação a 2008. A área colhida diminuiu de 1,89 milhões de hectares em 2008 para
1,76 milhões em 2009 (-6,8%), o rendimento médio foi de 13.861 kg/ha (-2,0%) e
o preço médio de R$ 228,46/t (-8,7%). O Nordeste teve a maior área colhida (811
mil hectares) e produção (8,18 milhões de toneladas). Três estados concentraram
47,7% da produção: Pará (18,6%, 4,5 milhões de toneladas), Paraná (15,0%, 3,6
milhões de toneladas) e Bahia (14,1%, 3,4 milhões de toneladas). Nove dos vinte
maiores municípios produtores estão no Pará; destaque para Acará (592 mil t).

Produção de feijão cresce 0,7%; MT e GO têm maiores ganhos

Somando-se as três safras do feijão em 2009, a produção nacional
totalizou 3,49 milhões de toneladas, 0,7% acima de 2008. O fraco desempenho do
produto nesse ano deveu-se, principalmente, ao clima desfavorável em
importantes centros produtores. A área colhida foi de 4,1 milhões de hectares,
8,4% maior do que a de 2008. A ampliação da área se deveu aos bons preços na
implantação das 1ª e 2ª safras e a medidas de estímulo ao plantio.

Juntos, os seis principais estados produtores (PR, MG, BA, SP, GO e MT)
foram responsáveis por cerca de 71,0% do total produzido em 2009. O Paraná se
manteve como principal produtor, com 22,6% no total nacional (787 mil
toneladas, +2,1% contra 2008). Minas Gerais permaneceu na segunda posição, com 602
mil toneladas (+3,1%). Goiás (5º) e Mato Grosso (6º) tiveram os maiores ganhos
relativos de produção (18,8% e 72,4%).

A produção dos 20 principais municípios produtores foi de 773,7 mil
toneladas, 23,5% da produção nacional. Destaque para Unaí (MG), com 123,6 mil
t, Cristalina (GO), com 64,8 mil t e Castro (PR), com 56,4 mil t.

Quantidade produzida de algodão herbáceo em São Desidério (BA) supera
MS, GO e MG juntos

A produção de algodão herbáceo em 2009 totalizou 2,9 milhões de
toneladas, 27,3% menor do que a do ano anterior. Os principais fatores que
influenciaram a queda foram: a crise internacional no período imediatamente
anterior ao plantio, que levou à redução das áreas destinadas a ele; o custo da
produção, superior ao de outras lavouras com possibilidade de ocupar a mesma
área; e, principalmente, o risco de baixas cotações no momento da
comercialização.

O Mato Grosso, maior estado produtor e que concentra 13 dos 20 maiores
municípios produtores do país, colheu 1,4 milhão de toneladas (-32,0% contra
2008). Em 2º lugar, a Bahia produziu 917 mil toneladas (-21,5% face a 2008). O
excesso de chuvas fez com que o rendimento médio diminuísse -15,9%. O município
baiano de São Desidério, maior produtor do país, foi o único entre os 20
maiores municípios produtores que aumentou a área colhida e contribuiu com 485
mil toneladas (16,8% da produção nacional), superando, inclusive, a soma das
participações percentuais dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas
Gerais – respectivamente, 7,8%, 5,0% e 1,9% da safra nacional.

Sul lidera a produção de trigo, mas rendimento em GO e MG é bem maior
que a média nacional

A safra do trigo foi de 5,06 milhões de toneladas (-16,1% face a 2008),
principalmente pelas chuvas do final do ciclo, que reduziram a produção e a
qualidade do produto, tornando parte dele imprópria para a panificação. A área
destinada ao plantio teve pequena ampliação (2,44 milhões de hectares, contra
2,39 milhões em 2008), especialmente no Paraná, que retém 49,1% da produção
nacional.

A região Sul é responsável por 92,3% da produção nacional de trigo.
Porém, tem havido forte crescimento na região do cerrado, especialmente Minas e
Goiás, onde o cultivo irrigado levou a bons rendimentos médios: 4.412 kg/ha e
3.764 kg/ha, respectivamente, contra 2.080 kg/ha nacionais. Nos municípios de
Rio Verde (GO), Montividiu (GO) e Varjão de Minas (MG), o rendimento médio chegou
a 6.000 kg/ha.

Fruticultura tem aumento de 1,8% no valor da produção em 2009

A produção frutícola analisada pela PAM reúne 22 espécies, que
coletivamente cobriram 2,91 milhões de hectares colhidos em 2009, gerando
receita bruta de R$ 17,7 bilhões, +1,8% maior do que a de 2008. Esse valor
representou 12,6% do valor total da produção dos 64 itens estudados. Apesar de
laranja e banana (com as maiores participações no valor total das frutas, 26,4%
e 17,8%, respectivamente), terem tido quedas no valor da produção (laranja:
-7,9%; banana: -0,2%), outros produtos tiveram grandes aumentos: noz (43,9%),
maracujá (39,4%), mamão (32,0%), limão (18,7%), melancia (17,5%), caqui (14,9%)
e melão (4,6%). Além de laranja e banana, também tiveram redução expressiva no
valor manga (-21,3%), pêssego (-7,3%), castanha de caju (-7,5%), coco-da-baía
(-5,5%) e pêra (-4,7%).

A safra da laranja em 2009, de 17,6 milhões de toneladas (431,8 milhões
de caixas), caiu -5,0% face a 2008. A área colhida foi de 787 mil hectares (-5,9%).
São Paulo, que tem 77,4% da produção nacional e também processa a fruta e
exporta o suco, produziu 6,2% menos que em 2008: 13,6 milhões de toneladas,
334,4 milhões de caixas. A citricultura está indo do norte para o sul do
estado, por várias razões: expansão da cana-de-açúcar, menores preços das
terras ao sul, problemas com pragas e doenças. Em Minas a produção de 749,9 mil
toneladas teve o maior crescimento sobre 2008 (22,1%), mesmo com redução na
área colhida. O Paraná (3,0% da produção nacional) vem crescendo com uso de
alta tecnologia e rendimento médio (26.000 kg/ha) superior aos demais estados,
inclusive São Paulo.

A safra da banana em cacho foi de 6,78 milhões de toneladas em 2009,
3,1% menor que a de 2008. A área colhida foi de 479,6 mil hectares, com
rendimento médio de 14.144 kg/ha. Os seis maiores estados produtores (SP, BA,
SC, MG, PA e PE) responderam por 65,7% da produção. São Paulo, com aumento de
2,6%, totalizou 1,26 milhão de toneladas (18,5% do total) e voltou a ser o
principal produtor nacional da fruta, superando a Bahia, cuja produção caiu
28,4% (1,02 milhão de toneladas, 15,0% da produção nacional). Cajati (SP)
produziu 216 mil toneladas (+63,0% sobre 2008) e foi o maior município
produtor, ultrapassando Miracatu (SP), que colheu 145,2 mil (-8,3%). A Bahia
teve o maior valor de produção (R$ 597,4 milhões, valor médio de R$ 588,33/t),
seguida por São Paulo (R$ 454,7 milhões, média de R$ 361,60/t). A média
nacional ficou em R$ 465,84/t, 2,9% acima de 2008.

A safra da uva foi de 1,37 milhão de toneladas em 2009 (-3,9% em relação
a 2008), interrompendo tendência de crescimento que se mantinha desde 2006. O
valor da produção nacional foi de R$ 1,6 bilhão (valor médio de R$ 1.180,56/t).
A área colhida foi de 73,5 mil hectares, com rendimento médio de 18.573 kg/ha.
O Rio Grande do Sul, que colheu 737,4 mil toneladas (54,0% da produção nacional
em 2009), teve queda de 5,1%. Em segundo lugar estava São Paulo, com 185,1 mil
toneladas (13,6% do total) e, em terceiro, Pernambuco, que teve o maior
rendimento médio (26.406 kg/ha). Os quatro maiores municípios produtores –
Petrolina (PE), Bento Gonçalves (RS), Flores da Cunha (RS) e Caxias do Sul (RS)
– responderam por 27,1% da produção nacional de uvas. Petrolina voltou à
liderança perdida em 2008 para Bento Gonçalves, com a produção de 106,4 mil
toneladas contra 100,3 mil toneladas do município gaúcho.

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido
Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela
UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no
período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de
Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos
executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás –
Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como
consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.

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Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. Produção Agrícola Municipal – Fonte IBGE – Base: Ano de 2009. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2010. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/economia/producao-agricola-municipal-fonte-ibge-base-ano-de-2009/ Acesso em: 28 mar. 2024