Economia

Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário – Fonte IBGE- Base: Agosto de 2010

Emprego na indústria varia 0,1% em agosto

De julho para agosto, o crescimento no emprego industrial ficou em 0,1%,
já descontados os efeitos sazonais, oitavo resultado positivo consecutivo,
segundo mostra a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (PIMES). Na
comparação com agosto de 2009, houve expansão de 5,2%, sétima taxa positiva
seguida nesse tipo de comparação. O indicador acumulado no ano chegou a 3,2%. O
acumulado nos últimos 12 meses saiu de –0,5% em julho para 0,5% em agosto,
mantendo a trajetória ascendente iniciada em dezembro de 2009 e marcando a
primeira taxa positiva desde março do ano passado. O número de horas pagas teve
aumento de 0,8% frente ao mês imediatamente anterior. Já em comparação com os
mesmos períodos do ano passado, a alta foi de 6,4% no índice mensal e de 4,2%
no acumulado dos oito primeiros meses do ano. A folha de pagamento real dos
trabalhadores diminuiu 2,9% frente a julho, enquanto que, em relação a iguais
períodos de 2009, houve crescimento de 9,0% na taxa mensal e de 6,1% no
acumulado do ano.

Na comparação com agosto de 2009, o contingente de trabalhadores
aumentou nas quatorze áreas investigadas, com destaque para São Paulo (3,8%),
região Nordeste (6,7%), Rio Grande do Sul (8,1%), região Norte e Centro-Oeste
(7,9%) e Minas Gerais (4,4%). No estado paulista, as principais contribuições
positivas vieram de meios de transporte (7,9%), máquinas e equipamentos (7,9%)
e têxtil (12,9%). Na região Nordeste, observou-se expansão no emprego
industrial em 13 dos 18 setores investigados, com destaque para calçados e
couro (13,0%), alimentos e bebidas (6,1%) e vestuário (8,0%). No Rio Grande do
Sul, na região Norte e Centro-Oeste e em Minas Gerais, as principais
contribuições vieram, respectivamente, de máquinas e equipamentos (27,0%);
minerais não metálicos (40,5%); e produtos de metal (28,5%).

Em termos setoriais, ainda no confronto com igual mês do ano anterior, o
emprego industrial ficou positivo em 13 dos 18 setores investigados, com
destaque para os avanços observados em máquinas e equipamentos (12,7%), meios
de transporte (9,5%), produtos de metal (9,0%), máquinas, aparelhos
eletroeletrônicos e de comunicações (9,8%), calçados e couro (8,0%) e
metalurgia básica (12,9%). Por outro lado, entre as atividades que apresentaram
queda, o impacto negativo mais relevante sobre o total da indústria veio do
setor de vestuário (-2,5%).

No indicador acumulado nos oito primeiros meses do ano, o nível de
contratações na indústria avançou 3,2% frente a igual período do ano anterior,
atingindo todas as regiões e 13 dos 18 setores investigados. Entre os locais,
São Paulo, com expansão de 2,7%, exerceu a principal influência sobre o total
da indústria, vindo a seguir região Nordeste (5,1%), Rio Grande do Sul (4,3%) e
região Norte e Centro-Oeste (4,4%). Setorialmente, os destaques positivos
permaneceram vindo de máquinas e equipamentos (6,1%), alimentos e bebidas
(2,1%), calçados e couro (6,7%), produtos de metal (5,6%), máquinas, aparelhos
eletroeletrônicos e de comunicações (6,4%), têxtil (6,9%) e meios de transporte
(4,2%). Por outro lado, os ramos de madeira (-7,3%) e de vestuário (-1,7%)
responderam pelos impactos negativos mais relevantes sobre a média global.

A PIMES mostra que os resultados do emprego industrial em agosto permaneceram
positivos. Na série com ajuste sazonal, observa-se o oitavo mês consecutivo de
expansão frente ao mês imediatamente anterior e a manutenção da trajetória
ascendente no índice de média móvel trimestral iniciada em julho do ano
passado. Nas comparações com iguais períodos de 2009, os resultados dos índices
mensal (5,2%) e acumulado no ano (3,2%) marcam a continuidade da expansão, com
perfil disseminado de crescimento que atingiu todos os locais e a maior parte
dos setores pesquisados. Na análise dos índices por quadrimestres, o total do
pessoal ocupado assalariado avançou 5,0% no período maio-agosto, ritmo de
crescimento mais intenso que o observado nos quatro primeiros meses do ano
(1,4%), ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior, refletindo
não só a recuperação gradual do emprego na indústria ao longo de 2010, mas
também a baixa base de comparação decorrente dos efeitos da crise econômica
internacional.

Número de horas pagas teve aumento de 0,8% em relação a julho

Em agosto, o número de horas pagas no setor industrial voltou a crescer
na comparação com o mês imediatamente anterior (0,8%), na série livre de
influências sazonais, após recuar 0,3% em julho. Ainda na série com ajustamento
sazonal, o índice de média móvel trimestral mostrou a décima terceira taxa
positiva consecutiva, ao apontar variação positiva (0,2%) entre julho e agosto.

Nas comparações contra iguais períodos do ano passado, os resultados
permaneceram positivos: 6,4% frente a agosto de 2009, taxa mais elevada desde o
início da série histórica, e 4,2% no indicador acumulado nos oito primeiros
meses do ano. O indicador acumulado nos últimos 12 meses passou de 0,1% em
julho para 1,2% em agosto, mantendo a trajetória ascendente iniciada em
novembro do ano passado e registrando seu resultado mais elevado desde janeiro
de 2009 (1,4%).

No confronto com agosto de 2009, o número de horas pagas cresceu em
todos os locais pesquisados, com o principal impacto sobre a média global vindo
de São Paulo (5,7%), impulsionado principalmente pelos ramos de meios de
transporte (12,7%), alimentos e bebidas (7,7%) e máquinas e equipamentos
(10,4%). Destacaram-se também os avanços vindos da região Nordeste (6,6%), em
função do aumento no número de horas pagas nos setores de calçados e couro
(14,7%) e de alimentos e bebidas (7,5%), da região Norte e Centro-Oeste (9,0%),
por conta do crescimento observado em minerais não metálicos (41,0%) e produtos
de metal (26,4%), e do Rio Grande do Sul (8,6%), influenciado principalmente
pelas expansões em máquinas e equipamentos (28,0%), meios de transporte (23,1%)
e calçados e couro (6,1%).

Setorialmente, ainda na comparação com agosto do ano anterior, houve
aumento no número de horas pagas em 13 dos 18 segmentos pesquisados, com
máquinas e equipamentos (14,5%) exercendo o principal impacto positivo na média
global, seguido por alimentos e bebidas (4,7%), meios de transporte (12,6%),
produtos de metal (9,9%), metalurgia básica (17,0%) e minerais não metálicos
(10,2%). Já vestuário (-2,5%) e refino de petróleo e produção de álcool (-5,2%)
exerceram as pressões negativas mais relevantes.

No indicador acumulado nos oito primeiros meses do ano (4,2%),
observou-se perfil disseminado de crescimento, com 14 setores e 14 locais
apontando avanço no número de horas pagas. Entre os ramos industriais, as
principais contribuições positivas no resultado global vieram de alimentos e
bebidas (3,2%), meios de transporte (8,4%), máquinas e equipamentos (8,5%),
produtos de metal (6,4%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de
comunicações (7,0%), enquanto madeira (-7,0%) e vestuário (-1,5%) registraram
os impactos negativos mais relevantes. Regionalmente, São Paulo (4,1%)
permaneceu exercendo a principal influência sobre o total da indústria, vindo a
seguir região Nordeste (5,0%), Rio Grande do Sul (4,9%) e região Norte e
Centro-Oeste (4,8%).

Valor da folha de pagamento real caiu 2,9%

Em agosto de 2010, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores
da indústria ajustado sazonalmente recuou 2,9% em relação a julho, após
assinalar dois meses seguidos de crescimento, que acumularam expansão de 5,3%.
Ainda na série com ajuste sazonal, mesmo com a queda observada em agosto, o
índice de média móvel trimestral avançou 0,7% entre os trimestres encerrados em
julho e agosto, permanecendo com a trajetória ascendente iniciada em dezembro
do ano passado.

No confronto com iguais períodos do ano anterior, o valor da folha de
pagamento real mostrou expansão de 9,0% em relação a agosto do ano passado,
oitava taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação, e de 6,1% no
acumulado dos oito primeiros meses do ano. O indicador acumulado nos últimos 12
meses, em trajetória ascendente desde dezembro de 2009 (-2,6%), cresceu 1,3
ponto percentual entre os meses de julho (1,2%) e agosto (2,5%), e marcou seu
resultado mais elevado desde maio de 2009 (3,0%).

Em comparação com agosto de 2009, o valor da folha de pagamento real
apontou crescimento de 9,0%, com taxas positivas em todos os 14 locais
pesquisados. A influência mais relevante sobre a média da indústria ficou com
São Paulo (6,2%), em função das expansões observadas em meios de transporte
(12,6%), máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (16,1%) e
máquinas e equipamentos (7,5%). Destacam-se também os avanços no valor real da
folha de pagamento assinalados por Rio Grande do Sul (14,4%), por conta de
máquinas e equipamentos (32,5%), meios de transporte (24,6%) e calçados e couro
(9,1%); Rio de Janeiro (12,7%), sustentado pelos resultados positivos vindos de
meios de transporte (19,7%), metalurgia básica (36,2%) e indústrias extrativas
(9,5%); e Minas Gerais (9,4%), em função dos aumentos registrados em produtos
de metal (46,3%), meios de transporte (11,5%) e indústrias extrativas (12,1%).

Setorialmente, ainda na comparação com agosto do ano anterior, o valor
da folha de pagamento real avançou em 16 dos 18 ramos investigados, com
destaque para as influências positivas vindas de meios de transportes (14,7%),
máquinas e equipamentos (13,1%), máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de
comunicações (15,9%), produtos de metal (11,7%) e metalurgia básica (13,2%). As
duas taxas negativas foram assinaladas por papel e gráfica (-1,2%) e madeira
(-0,1%).

O indicador acumulado nos oito primeiros meses do ano cresceu 6,1%
frente a igual período do ano anterior, com aumento do valor da folha de
pagamento real em todos os 14 locais e em 17 atividades. Regionalmente, os
impactos mais significativos sobre o total da indústria vieram de São Paulo
(4,4%), Rio de Janeiro (9,2%), Rio Grande do Sul (8,2%), Paraná (9,3%) e região
Norte e Centro-Oeste (8,8%). Nestes locais, os maiores incrementos na massa
salarial foram registrados, respectivamente, em máquinas, aparelhos
eletroeletrônicos e de comunicações (13,8%), meios de transporte (3,0%) e
alimentos e bebidas (5,2%); meios de transporte (20,1%), metalurgia básica
(25,4%) e indústrias extrativas (4,7%); máquinas e equipamentos (13,5%), meios
de transporte (13,5%) e alimentos e bebidas (7,8%); meios de transporte (17,0%)
e máquinas e equipamentos (18,9%); e alimentos e bebidas (6,2%), indústrias
extrativas (17,8%) e minerais não metálicos (30,0%). Setorialmente, as
principais influências positivas ficaram com meios de transporte (7,1%),
alimentos e bebidas (5,5%), máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de
comunicações (11,4%), máquinas e equipamentos (6,1%) e borracha e plástico
(8,5%), enquanto o setor de madeira (-4,0%) permaneceu exibindo o único
resultado negativo no índice acumulado no ano.

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido
Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela
UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no
período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de
Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos
executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás –
Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como
consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.

(48) 4105-0832

(48) 9976-6974

ricardobergamini@ricardobergamini.com.br

http://www.ricardobergamini.com.br

www.ricardobergamini.com.br/blog

Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário – Fonte IBGE- Base: Agosto de 2010. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2010. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/economia/pesquisa-industrial-mensal-de-emprego-e-salario-fonte-ibge-base-agosto-de-2010/ Acesso em: 19 abr. 2024