Economia

Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE – Base: Julho de 2010


Em julho, produção
industrial cresce 0,4%

Em julho de 2010, a produção industrial
avançou 0,4% frente a junho, na série livre de influências sazonais, após três
meses consecutivos de queda. Em relação a igual mês de 2009 houve expansão de
8,7%, completando nove mesesseguidos de taxas positivas. O acumulado nos
sete primeiros meses do ano (15,0%) ficou abaixo do registrado no primeiro
semestre (16,2%). O acumulado nos últimos 12 meses (8,3%), acentuou o ritmo de
crescimento frente a junho (6,5%), permanecendo com a trajetória ascendente
iniciada em outubro de 2009.

Com o avanço de 0,4% entre junho e julho, a
produção industrial ficou 1,7% abaixo do recorde alcançado em março. O aumento
em julho foi disseminado e atingiu 17 dos 27 ramos pesquisados. Os desempenhos
com maior importância para o resultado global vieram de veículos
automotores (3,6%), outros produtos químicos (3,0%), farmacêutica (4,6%)
e outros equipamentos de transporte(6,8%) – todas com taxas negativas no
mês anterior (respectivamente, -1,0%, -4,4%, -3,1% e -4,8%). Também merece
destaque o avanço de 2,3% em refino de petróleo e produção de álcool, no
segundo mês consecutivo de crescimento, após recuo de 3,5% em maio.

Já as principais influências negativas vieram
de máquinas e equipamentos (-6,0%), edição e impressão (-5,6%), produtos
de metal (-3,1%) e borracha e plástico (-2,1%).

Entre as categorias de uso, ainda na
comparação com junho, bens intermediários e bens de consumo
duráveis, ambos com expansão de 0,9%, sustentaram o maior ritmo de crescimento.
Já bens de consumo semi e não duráveis ficou próxima do resultado
geral, com 0,3%; e bens de capital (-0,2%) foi a única com taxa
negativa nessa comparação.

Mesmo com a alta entre junho e julho, a média
móvel trimestral permaneceu negativa pelo segundo mês consecutivo: o trimestre
encerrado em julho ficou 0,3% abaixo do nível de junho. Ainda neste índice, bens
de consumo duráveis (-0,9%) teve a maior perda entre as categorias de uso,
seguido de bens de capital(-0,7%), que interrompeu 13 meses de resultados
positivos, e bens de consumo semi e não duráveis (-0,5%), que ficou
negativo pelo terceiro mês seguido. Bens intermediários, com variação de
0,1%, foi o único a registrar alta em julho, após ficar estável em junho
(0,0%).

Na comparação com julho de 2009, alta em 57
dos 76 subsetores

Em relação a julho de 2009, o crescimento
ficou em 8,7%, menor taxa desde os 5,3% registrados em novembro de 2009. O mês
de julho de 2010, com 22 dias, teve um dia útil a menos que o mesmo mês do ano
anterior (23).

O índice foi sustentado pelo crescimento em 57
dos 76 subsetores, 21 dos 27 ramos e 65% dos produtos pesquisados. Entre os
setores, as maiores influências positivas sobre a taxa global vieram de veículos
automotores(26,5%), metalurgia básica (19,5%), alimentos (7,3%), máquinas
e equipamentos(14,5%), indústrias extrativas (10,1%), refino de
petróleo e produção de álcool(6,9%) e bebidas (15,4%). Já os itens de
maior destaque foram: caminhão-trator,caminhões e automóveis; ferronióbio e vergalhões
de aços ao carbono; açúcar cristal e sucos concentrados de
laranja; carregadoras-transportadoras,empilhadeiras propulsoras e motoniveladores; minérios
de ferro; óleo diesel,álcool e naftas para petroquímica; e cervejas,
chope e refrigerantes. Já os impactos negativos mais relevantes vieram de máquinas
para escritório e equipamentos de informática (-15,4%) e edição e
impressão (-6,9%), pressionados pela menor fabricação de computadores, no
primeiro ramo, e de cds e livros didáticos no segundo.

Ainda na comparação com julho de 2009, os
índices foram positivos para todas as categorias de uso, com bens de
capital (21,1%) registrando ritmo de crescimento bem superior ao da
indústria geral (8,7%). Esse resultado foi sustentado pelos índices positivos
em quase todos seus subsetores, com bens de capital para equipamentos de
transporte (36,8%) exercendo a principal influência, seguido por bens
de capital para construção (95,8%), para fins industriais (18,9%), agrícolas (55,9%)
e para uso misto (4,8%).

O segmento de bens intermediários (11,3%),
também acima da média da indústria, mostrou o 9º avanço consecutivo na
comparação mês/igual mês do ano anterior, influenciado por todos seus
subsetores, com destaque para osprodutos associados às atividades de metalurgia
básica (19,5%), veículos automotores (32,1%), indústrias
extrativas (10,3%), refino de petróleo e produção de álcool (7,0%)
e alimentos (12,7%). Nesses grupamentos sobressaíram a maior
fabricação de ferronióbio e vergalhões de aços ao carbono; chassis
com motor para caminhões e ônibus e peças e acessórios para veículos; minérios
de ferro; óleo diesel e naftas para petroquímica; eaçúcar cristal. Também
exerceram pressão positiva os grupamentos deinsumos para construção civil (9,5%)
e de embalagens (9,7%).

Avançando em ritmo menor que a média geral
(8,7%), estão bens de consumo semi e não duráveis (3,9%) e bens
de consumo duráveis (2,2%). No primeiro segmento, com exceção de outros
não duráveis (-1,3%), todos grupamentos registraram desempenho positivo,
com alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (7,7%)
assinalando a principal influência, sobretudo devido aos itens cervejas, chopes, sucos
concentrados de laranja e refrigerantes. Também se destacaram os
resultados positivos de carburantes (6,8%) esemiduráveis (4,3%),
impulsionados pelos itens álcool e gasolina, no primeiro grupo,
e calçados no segundo.

Ainda abaixo do índice geral, a produção de bens
de consumo duráveis cresceu 2,2% na comparação com julho de 2009,
sustentada em grande parte pelos avanços em automóveis (5,1%), eletrodomésticos
da “linha marrom” (20,3%) etelefones celulares (15,5%), já que os
subsetores de eletrodomésticos da “linha branca” (-33,7%), outros
eletrodomésticos (-8,3%) e de artigos do mobiliário (-3,4%)
pressionaram negativamente.

No acumulado dos sete primeiros meses do ano,
frente ao mesmo período de 2009, o avanço ficou em 15,0%, com perfil
generalizado de crescimento que atingiu 25 atividades e todas as categorias de
uso. Entre os setores, veículos automotores (31,4%) e máquinas e
equipamentos (37,5%) mantiveram a liderança em termos de contribuição para
a taxa global da indústria, impulsionados pelos resultados positivos da maior
parte dos produtos pesquisados (cerca de 96% e 86%, respectivamente). Destaques
ainda para as expansões de metalurgia básica (29,8%), outros
produtos químicos (15,9%),produtos de metal (32,6%), indústrias
extrativas (15,4%), alimentos (5,7%) eborracha e plástico (19,8%).
Em termos de produtos, os destaques foram:automóveis, caminhão-trator e
caminhões; aparelhos carregadoras-transportadoras, compressores,
fornos microondas e motoniveladores;lingotes, blocos e tarugos de aços ao
carbono e de aços especiais e vergalhões de aços ao carbono; herbicidas; partes
e peças para bens de capital; minérios de ferro; açúcar cristal e
sucos concentrados de laranja; e pneus e peças e acessórios de borracha e
plástico para indústria automobilística. Já os ramos deoutros equipamentos de
transporte (-5,9%) e de fumo (-10,4%) exerceram as duas únicas
pressões negativas sobre a média global.

Entre as categorias de uso, ainda no acumulado
no ano, bens de capital (28,3%) prosseguiu com a taxa mais elevada,
seguido por bens de consumo duráveis(17,6%) e bens intermediários (16,4%),
todos com expansão acima da média nacional (15,0%). Bens de consumo semi e
não duráveis, com avanço de 7,0%, teve o crescimento mais moderado.

Em síntese, o resultado positivo em julho
(0,4%) atingiu 17 dos 27 setores industriais e três das quatro categorias de
uso, revertendo três meses consecutivos de queda. Ainda na série com ajuste
sazonal, a média móvel trimestral prosseguiu em queda (-0,3%), embora com taxa
menos intensa que a de junho (-0,7%).

Nas comparações que envolvem 2009, permaneceu
o quadro de predomínio de resultados positivos, mas decrescentes nos últimos
quatro meses. No índice mensal (8,7%), observa-se redução no ritmo de crescimento
frente ao acumulado do primeiro semestre (16,2%). Tal movimento foi acompanhado
por todas as categorias de uso e por 21 dos 27 setores investigados, reflexo do
comportamento mais moderado da atividade industrial nos últimos meses e também
da elevação da base de comparação, pois o segundo semestre de 2009 teve ritmo
mais intenso que o do primeiro.

Arquivos oficiais do
governo estão disponíveis aos leitores.

Ricardo Bergamini


(48) 4105-0832
(48) 9976-6974

*
Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro,
com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de
1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989.
Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova
York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira
em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside
em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante,
assessorando empresas da região sul.

Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE – Base: Julho de 2010. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2010. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/economia/pesquisa-industrial-mensal-producao-fisica-brasil-fonte-ibge-base-julho-de-2010/ Acesso em: 29 mar. 2024