Direito Internacional

Chaves, um Pobre Ditador

 Chaves, um Pobre Ditador

 

 

Ives Gandra da Silva Martins*

 

 

Os jornais do mundo inteiro têm ofertado ao ideólogo do “socialismo do século XXI”, espaços que acariciam a sua infinita vaidade, lavando-o a considerar-se o mais inspirado líder da atualidade.

 

Do alto de sua imensa pequenez, profere histriônicas frases, em que pretende dar lições ao mundo, como, por exemplo: sugerir ao Presidente Lula oferecer enxofre ao Presidente Bush; às nossas autoridades agrícolas, que não cultivem cana-de-açucar; aos sem terra, que destruam o agronegócio; aos países produtores de petróleo, que reduzam a sua produção, para aumento do preço deste ainda importante, mas decadente e perigoso, combustível, responsável pela poluição ambiental. Além dessas, outras verborrágicas sugestões só podem ser levadas à sério por aqueles que ignoram a realidade atual, ou pelos que querem se aproveitar da “ideologia” chavista para assenhorear-se do poder, por processos pouco democráticos.

 

Meu confrade da Academia Paulista de Letras, o extraordinário poeta Mário Chamie, em inspirado poema, assim definiu a ideologia: “IDEOLOGIA: A TIA IDIOTA DO POVO SEM CLASSE”.

 

A “Tia idiota” do presidente Chaves, todavia, poderá trazer problemas reais a seu país. Em primeiro lugar, por estar, o Chefe do Executivo, destruindo a livre iniciativa na Venezuela, sentado em sua monoeconomia, afastando o espírito de empreendorismo privado e acreditando no maior fracasso da história mundial em todos os tempos, que é a estatização da economia. Ainda é tempo de salvá-la, mas enquanto vai mudando os alicerces da indústria venezuelana, seus “aliados” continentais se beneficiaram da lenta liquidação, colocando quaisquer produtos no mercado consumidor venezuelano, sustentado pelo petróleo. As suas estripolias econômicas, todavia, passaram a gerar inflação, que, como era de se esperar, é combatida pela mesma estratégia que há 4.000 anos prova estar errada: congelamento de preços.

 

Desta forma, o presidente Lula, – que, algumas vezes é atingido e atacado por Chaves, por manter as portas abertas para todas as economias do mundo (EUA e EU) – aceita dialogar com Chaves, pois o Brasil elevou, consideravelmente, o nível das exportações, para a Venezuela, de produtos industriais, neste período. E, enquanto o produto chinês não desbancar o brasileiro, estaremos lucrando com o preconceito chavista em relação à livre iniciativa.

 

Kirschner, depois do calote argentino, ganhou maior credibilidade em virtude de recursos provenientes dos petrodólares venezuelanos na compra de títulos da sua dívida, razão pela qual sustenta, também, as portas abertas ao diálogo chavista. As desapropriações de empresas estrangeiras, por outro lado, foram pagas acima do valor de mercado, de tal forma que investidores estrangeiros não reclamaram. O petróleo tudo corrige e a economia venezuelana transformou-se numa monoeconomia, com um monoproduto a alimentar a monoidéia de destruir os Estados Unidos!!!!

 

Ocorre, todavia, que Chaves vive da poluição ambiental e seu monoproduto deverá ser gradativamente substituído, para retardar o aquecimento ambiental. E quando isto acontecer e os preços do petróleo caírem no mercado, terá eliminado a democracia e a livre iniciativa, atrasado demagogicamente a nação, e, possivelmente, perdido os aliados que lucram no momento com sua limitada visão, à falta de manutenção de uma lucratividade futura.

 

Como se percebe, o presidente poluidor, que pretende destruir a globalização da economia com o renascimento do superado socialismo do século XIX, está mais para animador de circo, do que para grande artista do teatro mundial, e seu palco, até desaparecer, nunca será maior do que medíocres espaços provincianos.

 

 

* Professor Emérito das Universidade Mackenzie e UNIFMU e da Escola de Comando e Estado maior do Exército. Presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, da Academia Paulista de Letras e do Centro de Extensão Universitária – CEU. Site: http://www.gandramartins.adv.br

 

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Como citar e referenciar este artigo:
MARTINS, Ives Gandra da Silva. Chaves, um Pobre Ditador. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2007. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/direito-internacional/chaves-um-pobre-ditador/ Acesso em: 29 mar. 2024