Política

Educação Política

Por Gustavo Henrique Carvalho Schiefler*

 

Dois votos quaisquer valem mais do que um consciente. Essa é a realidade. Votos comprados, jornalismo parcial, escândalos não esclarecidos e corruptos reeleitos mascaram o que chamam de “A maior democracia da América Latina”. A situação no Brasil assusta, afinal como disse Bertold Bretch, o pior analfabeto é o analfabeto político.

Voto comprado não é apenas o voto trocado por dinheiro ou algo de valor. Voto comprado é também aquele conquistado por promessas falsas, mentiras de campanha, acusações infundadas ou qualquer outro tipo de artimanha política. Uma hipocrisia covarde que engana eleitores. A agravante é que essa situação não é recente, é difícil lembrar de um momento na história brasileira em que a democracia foi exercida sem tentativas de manipulação.

Utiliza-se de demagogia para iludir o povo. Não é de interesse do governo que o brasileiro tenha consciência do seu voto. É claro. Independente do partido ou ideologia, se o brasileiro não admitisse a malandragem política e banisse quem assim agisse certamente o número de excluídos impressionaria, e isso não soa interessante a eles. Não se quer educar o brasileiro, é um egoísmo social. Os programas sociais, ao invés de buscar melhorias para a situação, buscam uma perpetuação da pobreza à moda pão e circo. Além do mais, o sistema eleitoral brasileiro é imperfeito. Imagina-se a situação em que o eleitor se identifique com certa ideologia de partido e então vote na legenda. Ajuda a eleger os candidatos do partido; o candidato eleito, porém, um dia após tomar posse de seu serviço pode mudar de partido e continuar o mandato. Um absurdo. Em outra situação, deputados e senadores apesar de concordarem com certo projeto de lei, votam contrariamente a esse apenas por ter sido elaborado por outra coligação, atendendo ao interesse partidário em detrimento ao interesse público.

Enquanto se continuar a ignorar manobras políticas inadmissíveis, o progresso estará comprometido. É extremamente relevante que o jovem tome consciência política, assim pode-se pensar em um futuro promissor. Quanto mais informação melhor, e preferencialmente notícias veiculadas por diferentes fontes, buscando-se uma noção mais transparente dos fatos. Todos sabem que é preciso mudar muito, entretanto, não é ignorando a política que os objetivos serão alcançados. O Brasil necessita de educação, educação política.

 

 * Acadêmico de Direito da UFSC 

 

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Como citar e referenciar este artigo:
SCHIEFLER, Gustavo. Educação Política. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2008. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/politica/educacaopolitica/ Acesso em: 18 abr. 2024